O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP-AC) celebrou o Dia Nacional do Braille, 8 de abril, na Livraria Nobel do Via Verde Shopping, com exposição dos materiais produzidos pela instituição, apresentações musicais, contação de histórias e demonstrações de orientação e mobilidade para deficientes visuais.
De acordo com a coordenadora do CAP-AC, Gercineide Maia, o objetivo da data é conscientizar a população sobre a importância de políticas públicas para inclusão dos cegos e pessoas com baixa visão no sistema educacional brasileiro. “É uma forma de valorizar e divulgar a política educacional de inclusão do Acre voltada aos alunos com deficiência visual e é também uma maneira de promover cidadania.”
Segundo a coordenadora da Educação Especial, Úrsula Maia, existem grandes avanços no ensino do braille na educação do estado, que atualmente atende 36 alunos cegos e quase mil alunos com baixa visão ou com probabilidade de perder a visão.
“Hoje o braille é ensinado nas salas de recursos multifuncionais e os professores recebem essa formação no CAP-AC. Além disso, nossos cursos em braille e pré-braille têm tido uma procura muito grande pela rede estadual, pelos acadêmicos e pela comunidade”, disse Úrsula.
O coordenador da Associação das Pessoas com Deficiência Visual do Acre, Francisco Wellington do Nascimento, alerta que a transcrição em braille e atendimento especializado em todos os estabelecimentos são de extrema importância para o deficiente visual.
“Desde 1829 até agora, já se passaram 189 anos da invenção do Sistema Braille. Imagine, quase 200 anos e a gente ainda não tem igualdade de condições na sociedade, a gente espera um dia chegar lá”, disse.
Thiago Carvalho da Silva, revisor de textos em braille do Instituto Federal do Acre (Ifac), é cego de nascença e conta que toda sua alfabetização só foi possível por conta do Sistema Braille. Hoje, Thiago é graduado em Administração e já foi aprovado em três concursos públicos.
“O braille é a minha vida, eu não me vejo sem o braille, ele faz parte do meu cotidiano, é um sistema que mudou minha vida. Só através dele eu posso fazer minhas leituras, adquirir conhecimento, posso escrever.”