Após visitar locais para o possível presídio federal a ser construído no Acre, uma equipe técnica do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) foi recebida pelo governador Tião Viana nesta terça-feira, 22. A conversa foi para avaliar os caminhos para uma futura construção do presídio de responsabilidade da União, ao mesmo tempo em que o governo do Estado continua cobrando ações efetivas e de grande intensidade contra o narcotráfico nas fronteiras.
Até hoje, somente quatro estados brasileiros, e o Distrito Federal, abriram as portas para a construção de presídios federais. São eles: Paraná, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. Alessandro Souza, diretor da Penitenciária Federal de Porto Velho, integra a comitiva e explicou que a ação faz parte do projeto de expansão do sistema nacional, que atualmente conta com 4 unidades e deve inaugurar uma nova no DF.
“O estado do Acre se disponibilizou a participar desse projeto junto ao Departamento Penitenciário Nacional. Nossa equipe está aqui analisando os terrenos que foram indicados pelo Estado, analisar ainda a parte técnica e de estrutura para ser feita”, disse.
O governador expressou sua preocupação com a omissão do governo federal em ações de controle do narcotráfico nas fronteiras, principalmente nos rios amazônicos, no limite dos territórios do Brasil com o Peru e a Bolívia. Ele afirmou ainda que a disputa entre as organizações criminosas é um dos principais fatores de violência no estado, e tem feito crescer de forma acelerada a população carcerária. O Acre saiu de 400 presos por ano, para 700 em 2017. Este ano, apenas em uma semana, foram presas 128 pessoas, todas por envolvimento com o tráfico de drogas.
O secretário de Segurança Pública, Vanderlei Scherer, reafirmou essa preocupação, pontuando que o governo do Estado faz sua parte ao se disponibilizar em receber um presídio federal, mas espera também o apoio do governo federal. “Esse é um gesto do governo do Estado no sentido de colaborar com a União, mas ao mesmo tempo mostrar a necessidade de se olhar para a região de fronteira e agir com ações efetivas contra o narcotráfico”, afirma.