Os casos de malária no Acre reduziram 44% no mês de junho comparado ao mesmo período de 2017. Os dados foram repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica, setor estratégico da pasta no combate e controle da doença especialmente no Juruá, região endêmica da malária.
De acordo com o “malariômetro”, comparativo de casos de malária no Estado de 2017 a 2018, de janeiro a junho do ano passado foram notificados pouco mais de nove mil casos da doença em Cruzeiro do Sul. Já este ano, foram 7,5 mil casos – uma redução de 16,4% só no município.
“Desde o mês passado a gente vem colhendo frutos de todo uma organização, planejamento e acompanhamento por parte do Estado e, claro, com uma grande contribuição dos municípios na execução dos trabalhos com apoio e suporte técnico governamental. Fechamos junho com uma redução de 44% em relação ao ano passado, um resultado positivo das nossas atividades tanto na redução de casos como na redução do aumento da malária na região do Juruá”, observa Moisés Viana, diretor de Vigilância em Saúde da Sesacre.
Outro município com números positivos é Mâncio Lima onde, se comparados os números de casos de junho do ano passado com 2018, houve uma redução de 10%. Moisés Viana lembra do mutirão realizado no município. “Durante 15 dias nossa equipe permaneceu em Mâncio Lima realizando um trabalho integrado com a prefeitura na capacitação dos agentes de endemias e outras ações. Essa redução já é fruto dessa parceria”.
No cenário nacional, conforme dados epidemiológicos de malária na Região Amazônica, o Acre ocupa o 3º lugar no ranking, tendo o Pará e o Amazonas como os estados de maior incidência de malária.
Para fortalecer as ações de controle e redução da malária nas regiões mais endêmicas, em especial no Vale do Juruá, o governo do Estado com a parceria do Ministério da Saúde, investiu 2,6 milhões de reais na compra de materiais destinados ao Plano de Apoio às Ações de Eliminação de Malária Falciparum. Na próxima semana, o governador Tião Viana realiza agenda em Cruzeiro do Sul e entrega veículos e equipamentos para o combate à malária.
Como é transmitida
A malária é uma doença infecciosa aguda, causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium. A transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de uma pessoa doente. Os criadouros preferenciais do mosquito transmissor da malária são os igarapés, por terem como características água limpa, sombreada e parada.
Em seres humanos, se não for tratada, a malária pode evoluir rapidamente para a forma grave e levar a óbito. Entre os sintomas, os mais comuns são dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. O período de incubação varia de oito a 17 dias, podendo, entretanto, chegar a vários meses em condições especiais.
A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Ainda não existe uma vacina disponível contra a doença. Contudo, algumas medidas de proteção individual contra picadas de insetos devem ser utilizadas, principalmente nas áreas de risco.