Há oito anos, o governo do Estado vem apoiado fortemente os povos indígenas. Exemplo disso, é a comunidade do povo Shanenawa, constituída por mulheres em sua maioria, onde boa parte da renda é adquirida com a comercialização de produtos feitos a partir de sementes nativas, com as quais são confeccionadas as biojóias.
Considerada atividade universal, o artesanato se diferencia no modo de fazer, no material empregado e nas formas ou padrões empregados em cada época e região e envolve algumas técnicas manuais, o que torna o profissional um artista, pois seus produtos são considerados obras de arte.
O artesanato acreano é referência nacional por suas formas e cores tipicamente regionais e ganha novos espaços com a participação de artesãos em eventos nacionais que fomentam a economia no setor.
Desenvolvida também nas comunidades indígenas, a atividade se destaca pela riqueza de cores e beleza, além de possuir grande valor artístico, pois representa a expressão das diferentes culturas dos povos nativos.
Sucesso
No Acre, cerca de 1820 artesãos fazem parte do programa de artesanato brasileiro. Por meio da economia criativa e com investimentos do governo do estado o setor ficou mais fortalecido. Em junho deste ano foi realizada em Rio Branco uma rodada de negócios, onde os artesãos tiveram a oportunidade de comercializar com empresários nacionais.
O evento resultou em R$200 mil reais em negociações no setor. No mês seguinte, a maior feira de artesanato da América latina, a Fenearte realizada em Olinda Pernambuco, consagrou o Acre como campeão em vendas e negócios com a marca de R$ 310 mil . Cerca de 10 artesãos locais participaram da feira que movimentou R$310 mil reais para os representantes do estado durante os 3 dias de evento.
A artesã Edna Shamenawa considera que a produção das finas peças com designs que atraem os compradores demostra a força e o empoderamento dessas mulheres.
“O artesanato, para mim, faz parte da minha vida, não apenas na questão de renda, mas também no o fortalecimento de nossa cultura e no empoderamento das mulheres desta comunidade. Cada desenho, seja no colar, pulseira ou em cada brinco, tem sempre um significado importante e é um pouco de nossa história. É um pouco de cada um de nós”, ressaltou.
Edna completa que com a renda adquirida por meio da venda dos produtos conseguiu investir na graduação de uma das filhas e inclusive está investindo na formação dos demais. “Consegui pagar a faculdade de minha filha com o lucro da venda desses produtos e estou investindo nos outros filhos. Por meio do artesanato, viajei para participar de uma feira em São Paulo, onde vendi meus produtos para grandes empresários no país”, disse.
Fortalecimento do setor
Nos últimos 20 anos, com o crescimento da economia criativa, o artesanato brasileiro se fortaleceu. O mercado movimenta R$ 50 bilhões por ano e sustenta 10 milhões de pessoas em todo o país. No Acre, o setor movimentou mais de R$ 1,5 milhão, incluindo as participações em feiras adicionais.
“Esses resultados reafirmam o compromisso do governo do Estado, que tem desenvolvido políticas de fortalecimento do setor. Nosso grande desafio sempre foi impulsionar a consolidação da cadeia produtiva do artesanato no estado, e pelos números conseguimos, sim, consolidar uma marca para a economia criativa, o artesanato”, disse o coordenador do artesanato acreano, Wanderson Lopes.
A Secretaria de Pequenos Negócios (SPN) foi criada em 2011. Nesses sete anos, o investimento do governo do Estado no setor ultrapassa o montante de R$ 33 milhões, incluindo capacitação, assistência técnica sobre boas práticas de atendimentos, higiene e produção, entrega de materiais e equipamentos para consolidação dos empreendimentos, entre outros.
Vale ressaltar que o fortalecimento da microeconomia por meio dos pequenos negócios, também impulsiona o surgimento de novas associações e cooperativas, com a geração de trabalho e renda para centenas de famílias em empreendimentos coletivos.