Décadas de abandono deixaram prejuízos financeiros a servidores e equipamentos ultrapassados pelo tempo
O Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom) solicitou ao Corpo de Bombeiros vistoria em todas as emissoras públicas de rádio, nos oito municípios em que estão presentes, e na capital, Rio Branco.
O objetivo, segundo a secretária, Silvânia Pinheiro, é saber as reais condições de funcionamento das emissoras que fazem parte do Sistema Público de Comunicação, tanto na faixa AM quanto na FM.
Um diagnóstico feito pela equipe da Secom revela que a realidade do Sistema Público de Comunicação é de total descaso, resultado de décadas de abandono dos espaços físicos e de desrespeito com seus servidores.
“A situação é de falência, na iminência de encerrar, por tempo indeterminado, as atividades, em virtude das condições insalubres e desumanas pelas quais os servidores estão expostos”, diz um trecho do documento, elaborado por técnicos da atual gestão.
Mais à frente, o relatório menciona que a “a atual desatualização tecnológica impossibilita a localização de peças de reposição dos principais equipamentos das unidades, como os transmissores de rádios AM, que ainda utilizam a tecnologia valvulada”.
“Estas válvulas, além de não serem mais fabricadas no Brasil, custam em média R$ 30 mil cada uma, sendo que cada transmissor necessita entre quatro a oito válvulas para funcionar, e demoram cerca de 60 dias para serem entregues no Acre”, aponta o levantamento.
A solicitação de vistoria e emissão de laudo, quando efetivada pelo Corpo de Bombeiros, vai permitir que a nova administração estadual faça as correções devidas.
“Queremos que os nossos servidores trabalhem resguardados pela segurança, tendo a garantia da salubridade, algo que não acontecia antes”, pontua Silvânia Pinheiro.
A falta de um Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações criou uma situação crítica, pois muitos colaboradores chegam a receber, líquido, menos que um salário mínimo, enquanto que o piso da categoria dos comunicadores é de R$ 2.258. Alguns estão nesta situação gravíssima há mais de 20 anos.