O governo do Estado do Acre trabalha para criar um modelo de desenvolvimento econômico voltado para o agronegócio que gere renda e mantenha a floresta preservada. E para ajudar nesse processo foi ofertado essa semana a gestores, ONGs, empresários e produtores um workshop sobre as perspectivas do agronegócio de baixas emissões, com o especialista em agronegócio, João Shimada. O encontro ocorreu na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), nos dias 12 e 13.
De acordo com o palestrante, a ideia é criar um modelo de desenvolvimento sustentável aliado ao agronegócio. Durante as discussões, Shimada lembrou que não existe uma fórmula pronta para esse novo método produtivo. Que o diálogo com os diferentes segmentos do ramo é uma estratégia para “criar um modelo de desenvolvimento sustentável, que possa aliar a preservação ambiental com o agronegócio, e que isso gere riqueza para a região”.
“O modelo tem que ser criado coletivamente e tem que atender as necessidades da região. É a partir dessas discussões iniciais que vamos chegar no modelo que vai trazer crescimento econômico, melhoria de qualidade vida, bem-estar social e, ainda, manter, valorizar e agregar valor a floresta”, ressalta Shimada.
Shimada destacou que o Acre tem uma vocação natural para a agricultura que precisam ser discutidos com especialistas, pesquisadores e produtores a melhor cultura para a região levando em conta fatores como o clima e o solo, a exemplo de outros estados brasileiros.
“Os estados do Norte do Brasil, assim como o Centro-Oeste, têm uma vocação natural para a agricultura, isso é inegável. Exemplos são os estados de Rondônia e Mato Grosso. A ressalva é qual o modelo, porque quando analisamos cada estado desse isoladamente vemos que tem um modelo de agronegócio e uma cultura diferente, apropriado para aquela região”, salienta.
Desafios para tornar o Acre produtivo
O secretário de Meio Ambiente do Acre, Israel Milani, disse que o encontro faz parte das estratégias do governo para fortalecer o agronegócio, tornar o Acre produtivo e agregar valor a floresta. “Não adianta só o Acre produzir, é preciso também vender e agregar valor ao meio ambiente, com produção sustentável e agricultura de baixo carbono”, destaca.
Milane destacou ainda que o workshop é resultado da ação conjunta das secretarias de Meio Ambiente (Sema), Planejamento (Seplan) e o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). Foi promovido com o intuito de fazer um nivelamento entre as estruturas do governo e a sociedade civil. “Precisamos encontrar formas de agregar valor aos nossos produtos e avaliar quais mercados podemos alcançar”.