No programa ‘Fale com o Governador’, ele não descartou decretar calamidade financeira, se reforma não passar. Mas medida não afetará salários do servidor público
O governador do Estado do Acre, Gladson Cameli, afirmou não existir a menor possibilidade de atraso na folha de pagamento do funcionalismo público estadual, caso a Reforma da Previdência não seja aprovada no Congresso Nacional e o seu governo tenha que decretar estado de calamidade financeira.
Os boatos de que o governo iria atrasar salários foram publicados, em sua maioria, nas redes sociais e pela oposição. “A possibilidade de isso acontecer é de zero em um bilhão de vezes”, rebateu Cameli, na sétima edição do programa ‘Fale com o Governador’, que foi ao ar neste sábado, 11, em cadeia de rádio para todo o estado pelo Sistema Público de Comunicação.
Ao lado da senadora Mailza Gomes, que assumiu a vaga deixada por ele no Senado Federal após eleger-se governador, Gladson Cameli alfinetou a oposição, desafiando-a a vir a público e dizer em qual situação deixou o estado: falido e com dívidas.
“Os nossos opositores têm que vir à imprensa e dizer publicamente a situação pela qual pegamos o estado. Agora mesmo, vamos pagar mais de 10 milhões de dólares [cerca de R$ 39,5 milhões] em empréstimos que eles fizeram”. A operação de crédito estrambelhada feita pela gestão passada deve ser paga de acordo com a cotação do dólar.
O governador afirmou, no entanto, que prefere não politizar a situação pela qual passa as finanças do estado, embora não se curve de externá-la se preciso.
“Se eu quisesse fazer isso, já tinha feito lá atrás, decretando a calamidade financeira. No entanto, estou sem tomar café, nem almoçar para só jantar e economizar cada centavo para que a gente possa colocar as propostas em dia”, ressaltou Cameli.
“Agora, tapar o sol com a peneira, isso não vou [fazer] não. Porque eu faço política com muita responsabilidade. E realmente, se a reforma não passar, não só Acre, mas 90% dos estados irão decretar, dos que já não fizeram”, pontua o governador.
Em janeiro, o governo Gladson Cameli teve de sacar R$ 40 milhões dos cofres públicos para cobrir o déficit da Previdência. “E neste próximo mês, já vamos pagar os 10 milhões de dólares mencionados, honrando empréstimos e financiamentos que eles fizeram. Aí, eu vou tirar dinheiro de onde? É por isso que eu preciso que as reformas saiam para que possamos governar”, afirmou Cameli.
No quinto mês de seu mandato, a avaliação de Gladson Cameli é a de que tudo está sendo feito com muito esforço, economizando e cortando gastos, para que o governo possa atender realmente aos anseios da população. “A população não pode pagar um preço da qual não tem culpa”, lembra.
Tolerância zero com o desmate ilegal e fortalecimento do agronegócio
O governador Gladson Cameli fez um balanço de sua viagem à reunião anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas, a GCF, na cidade de Florencia, estado colombiano de Caquetá.
“O mundo achava que eu iria incentivar o desmatamento, mas pelo contrário. Lá, eu reafirmei que a nossa bandeira é o fortalecimento da economia por meio do agronegócio e da industrialização, porém com tolerância zero com o desmatamento irregular”.
Segundo Gladson Cameli, é preciso defender a floresta em pé, preservando-a. “Mas devemos criar uma política para geração de emprego e renda. E isso ficou claro. Para todos os governadores da Amazônia, ressaltei que é preciso obedecer ao Código Florestal Brasileiro. Mas precisamos gerar emprego e deixar trabalhar quem quer trabalhar, sem perseguir ninguém”.