O governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), realizou sábado, 22, o primeiro mutirão do Programa de Regularização Ambiental (PRA) na Fazenda Bela Vista, em Acrelândia. Durante o evento, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani, entregou os Termos de Compromisso Ambiental (TCA) para 21 produtores rurais, que a partir da regularização podem ter acesso a créditos bancários, suspensão de multas e apoio a recomposição de passivos ambientais. Somente neste ano foram distribuídas mais de 32 mil mudas em Acrelândia.
No mutirão também foram oferecidos serviços das instituições parceiras, como o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Agência de Cooperação Alemã (GIZ), Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio (Sepa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Banco da Amazônia (Basa), com suporte financeiro do Fundo Amazônia através do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
“Acrelândia é um município com forte potencial para a produção rural. Estamos realizando esses mutirões exatamente para mostrar que o Meio Ambiente pode e deve trabalhar para auxiliar e orientar as melhores práticas para a recuperação das áreas degradadas. Nossas ações são pautadas na educação ambiental, esse é o melhor caminho para o bom diálogo com todos”, disse o secretário Israel Milani.
O prefeito de Acrelândia, Ederaldo Caetano, aprovou a iniciativa da Sema. “Nós temos uma população de aproximadamente 15 mil habitantes e 50% está na Zona Rural. São muitos produtores que precisam de esclarecimento. Muitos têm medo de participar de ações como esta por acreditar que são punitivas. Mas sabemos que somente com a regularização, o produtor consegue trabalhar, garantindo que o seu produto chegue com mais segurança às prateleiras do mercado”, comentou.
O chefe do escritório do Cadastro Ambiental Rural (CAR) da Sema, Cláudio Cavalcante, disse que outros mutirões serão realizados ainda este ano. “Estamos apenas iniciando o trabalho em Acrelândia. É uma região com muitos produtores rurais. Faremos outros mutirões como este para que a população compreenda que estamos aqui para ser colaborar com a recuperação das áreas degradadas”.
O primeiro TCA do mutirão foi assinado pelo produtor Antônio Ivo de Pontes. “Sem se regularizar você não consegue trabalhar. Estou muito tranquilo porque sei que preciso recuperar as minhas APPs, sei que o caminho é esse mesmo, não tem porque adiar”, argumentou. Antônio pretende recuperar suas áreas com Eucalipto, mas já está fazendo experiências com outras espécies como ingá, açaí e cupuaçu.
O produtor Izaac Pereira do Lago também assinou o TCA e está em contato com a equipe do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para avaliar sua área. “Estou querendo conhecer mais sobre como posso recuperar minha área com fins econômicos. Eu planto café e vou procurar agregar valor ao meu produto. Quero um cultivo produtivo”, disse.
O secretário de Estado de Produção e Agronegócio Paulo Wadt disse que essa ação é uma solução ambiental que não seja a aplicação de multas. “Isso mostra que o governo Gladson Cameli é um só discurso em que todos estão empenhados em defender o meio ambiente e o crescimento do agronegócio no Estado. Nós conhecemos essa região desde 2001 e sabemos as ações dos órgãos ambientais do passado. Vivemos um novo momento em favor do agronegócio, onde o meio ambiente deixa de ser punitivo e passa a ser parceiro. Vamos caminhar lado a lado visando o desenvolvimento da produção rural e a preservação do meio ambiente”, explicou.
Técnica de plantio com hidrogel
Os engenheiros da Sema também passaram técnicas inovadoras no plantio de mudas para os produtores que participaram do mutirão. Uma delas é a utilização do higrogel, um pó (polímero) que adicionado à água se transforma em gel. De acordo com o engenheiro florestal da Sema, André Pellicciotti, essa mistura retém a água no solo e alimenta a muda de acordo com a sua necessidade. “Esse processo, principalmente no período do verão, é fundamental para garantir que a muda cresça e até economiza água, pois reduz a necessidade de irrigação diária”, explicou.