Um governo pode ter grandes intervenções em infraestrutura, mas se não tiver atenção e cuidado com seus cidadãos, terá feito pouco. E o governador Gladson Cameli se preocupa com o ser humano, principalmente no que diz respeito à inclusão social de pessoas com deficiência.
E para colocar essa política em prática, a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE), por meio do Centro de Atendimento ao Surdo (CAS) disponibiliza um serviço essencial. Trata-se da Central de Interpretação de Libras (CIL), que realiza os mais diversos atendimentos.
A partir dela, o surdo pode agendar atendimento nos mais diversos órgãos públicos, como o Detran, audiências judiciais, consultórios médicos, matrícula nas escolas das redes estadual e municipais de ensino e até mesmo entrevistas de emprego. “Desde que o serviço seja público e gratuito pode ser agendado”, explica a coordenadora do CAS, Joana D’Arc Nascimento.
O agendamento por ser feito tanto de modo presencial, pois o CAS funciona na rua Omar Sabino, 650 ou pelo telefone 3227-8105. Com o agendamento realizado, um intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) acompanha o surdo, realizando uma ponte de comunicação eficaz e importante.
Entre as intérpretes que trabalham na Central (CIL) está Sabrina Costa, que nesta quinta-feira, 15, acompanhou o jovem Michel Oliveira Mourão em um atendimento na Policlínica Barral Y Barral, localizada no Conjunto Tangará. “Ele hoje veio mostrar um exame de sangue”, explica.
Todos os dias os intérpretes realizam algum tipo de atendimento. Segundo Sabrina são em média 70 por mês. “Com esse serviço que é oferecido pela Central, além de ganhar mais agilidade no tocante à comunicação, os surdos também ganham autonomia e deixam de ser tão dependentes da família”, informa.
Ela já concluiu o curso de Pedagogia na Universidade Federal do Acre (Ufac) e agora cursa Letras/Libras em uma faculdade particular. “Eu tinha um sonho de me comunicar com os surdos e tinha muita vontade de aprender outra profissão”, revela.
Quanto ao Michel, ele usa os serviços da Central há vários anos. É surdo de nascimento e com apoio da mãe concluiu o ensino médio na Escola de Ensino Integral Armando Nogueira. Também sonha em ser professor de libras para ajudar outros surdos a se comunicar.
“No passado era muito difícil porque a gente só tinha a escrita para se comunicar. Agora não, com a ajuda das intérpretes ficou muito melhor porque ela vai sinalizando e a gente vai entendendo e na Central os profissionais são muito responsáveis e nos ajudam muito porque na maioria dos locais não tem intérprete e ajudam os surdos a se desenvolver em qualquer local”, afirma.
Além da Policlínica Barral Y Barral, Michel já utilizou os serviços da Central também na escola, na Secretaria da Fazenda (Sefaz), na Organização dos Centros de Atendimento (OCA) e até mesmo em palestras na Ufac.