O plantio, manuseio e uso dessas plantas podem ser feitos em atividades terapêuticas em diversas áreas da saúde
A visita ao município de Sena Madureira, na última semana, pela equipe do Núcleo de Práticas Integrativas em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), teve como finalidade apresentar o Programa Farmácia Viva, do Ministério da Saúde, em parceria com a startup Remédio Vivo.
Quem nunca tomou um chazinho de casca de laranja indicando pela mãe, por uma tia ou avó, não é? O Programa Farmácia Viva incentiva o uso de fitoterápicos para auxiliar em casos simples de saúde. Assim, o objetivo da equipe da Sesacre é sensibilizar os municípios para o uso dessas ervas medicinais, como explica a técnica do Núcleo de Práticas Integrativas em Saúde, Kariny Gonçalves.
“A proposta desse programa é a construção de hortos medicinais com plantas devidamente regulamentadas e reconhecidas pela Anvisa. Essas plantas são cultivadas e podem ser utilizadas de maneira in natura mesmo, você fazendo os chás. Ou, então, elas podem ser secadas, trituradas e aí elas serem disponibilizadas para a comunidade naqueles saquinhos que costumamos ver nos mercadinhos”, explicou Kariny.
Existem três tipos de Farmácia Viva: o tipo 1, mais simples, que é a hortinha com as plantas e que são utilizadas in natura. A do tipo 2 já é aquela em que a planta passa pelo processo de desidratação e é ensacada para ser distribuída. A terceira é a fabricação do fitoterápico em cápsulas ou pomada, por exemplo.
O uso das medicinas naturais não consiste em alto custo para o estado, tendo em vista, a facilidade em encontrar matéria-prima na região, principalmente, na farmácia viva tipo 1. Kariny explica ainda que o tipo 1 é a mais prática e que a equipe tenta a sensibilização dos municípios para que abracem o programa.
“A Sesacre tem tentando divulgar, sensibilizar os municípios, de uma maneira geral, com relação a esse programa, porque é uma forma da gente diminuir os custos com o cuidado em saúde e melhorar a qualidade de vida dos usuários do SUS, pois, na medida em que eu tenho essas plantas de fácil acesso, as pessoas poderão pegar de acordo com a necessidade e orientação médica”, destacou a técnica.
É comum, na região amazônica, o uso e orientação acerca de plantas e chás sem comprovação científica. Segundo Kariny, as plantas e o uso dos fitoterápicos serão feitos de acordo com uma avaliação e indicação médica.
“A gente tem um costume na região em que as pessoas usam muitos essas plantas, mas que, as vezes, o uso não é adequado. É uma forma qualificada de cuidado, com aqueles médicos que tiverem interesse e disponibilidade para aderir ao programa”, destacou Kariny.
Os chás e remédios fitoterápicos servem como uma forma de prevenção e de tratamento quando o caso não é de urgência, tendo em vista que ele age de forma mais lenta no organismo.
“Pode ser um primeiro recurso quando a pessoa apresenta os sintomas de uma gripe. O uso dos fitoterápicos não anula o do medicamento laboratorial, da farmácia. As plantas vêm como mais um recurso de prevenção”, finalizou Kariny Gonçalves.
O município interessado em abraçar o Programa Farmácia Viva deve fazer uma solicitação ao Núcleo de Práticas Integrativas à Saúde, da Sesacre, para que a equipe se dirija até o município e realize a apresentação do programa.