O Governo do Estado, por meio da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac) realizaram na manhã desta quinta-feira, 28, o Seminário de Apresentação dos Resultados dos Projetos de Pesquisa Científica, Tecnológica e/ou Inovação da Cadeia do Bambu, no Centro de Convenções da Universidade Federal do Acre (Ufac).
O seminário é a etapa final de um projeto de financiamento a pesquisadores mestres e doutores da cadeia do bambu numa parceria do Governo do Estado com o Ministério da Ciência e Tecnologia em que, em 2017 e 2018, sete projetos foram selecionados por edital e receberam juntos um investimento de quase R$ 190 mil.
Todo o programa contou ainda com a parceria da Ufac, o Instituto Federal do Acre (Ifac), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Prefeitura de Rio Branco.
“Temos aqui o empenho de diversos pesquisadores que contribuíram com uma geração inteira de conhecimentos para fortalecer a cadeia produtiva do bambu no Acre, com aplicações que podem ser utilizadas principalmente no agronegócio, uma das maiores bandeiras do governo Gladson Cameli”, conta Toni Rocha, presidente em exercício da Funtac.
Potencial do bambu
Segundo dados da Embrapa existem 22 milhões de hectares plantados de bambu em todo o planeta. Nove milhões estão na América do Sul, mais precisamente no Brasil, Peru e Bolívia. Somente no Acre, há 4,5 milhões de hectares.
O bambu constitui, principalmente para os povos asiáticos, uma fonte econômica muito importante. Japoneses, chineses e indianos utilizam essa planta há milhares de anos. Ao todo, um bilhão de pessoas vivem em casas feitas de bambu segundo a National Mission on Bambu Application.
Países como a Bangladesh, Índia, Colômbia, Equador e Costa Rica utilizam este material para a construção de suas habitações há milhares de anos. E hoje a cadeia vem ser tornando um negócio cada vez mais rentável, com o bambu sendo usado em projetos arquitetônicos de luxo. Daí a necessidade de se investir nesse setor no Acre.
O coordenador do Centro Vocacional Tecnológico do Bambu, Dickson Gomes, destaca: “Essa é uma matéria-prima aqui que não é utilizada por falta de conhecimento. Mas você tem uma floresta idêntica ou similar à que tem na China, que é o maior produtor mundial e exportador, rendendo 32 bilhões de dólares para eles. Por isso nada impede que a gente comece a fazer um trabalho aqui”.
Entre os pesquisadores que apresentaram seus resultados no seminário, o servidor do governo do Estado Paulo Almeida, dedicou seu projeto a um dos grandes gargalos da cadeia do bambu que é a produção de mudas, desenvolvendo uma técnica que foi além do processo tradicional, ganhando assim uma maior produtividade.
“Com esse financiamento fomos capazes de comprar os reagentes necessários para os experimentos, equipamentos do laboratório, fazer parcerias que foram fundamentais. Foi essencial para a execução do projeto e queremos que dê retorno no setor”, disse o pesquisador.