A leitura amplia o conhecimento e abre caminhos para novos horizontes. E, no caso dos reeducandos do Sistema Penitenciário acreano, também proporciona a redução do período de pena a ser cumprida. O projeto de remição por leitura realizado nas Unidades do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) tem alcançado a cada dia novos adeptos.
Assim, na terça-feira, 17, os detentos da Unidade de Regime Fechado nº 3 de Rio Branco concluíram mais uma fase do projeto, que retorna às atividades em 2020. Ao longo do ano, 37 participantes leram livros, produziram resenhas e garantiram remição de pena.
O pedagogo, Denis Leandro Pícolo, explicou que há quatro anos a Unidade criou o projeto piloto, que em 2019 foi difundido para os demais presídios do estado. Durante as fases do projeto, uma professora de língua portuguesa acompanha os alunos e revisa as resenhas que são produzidas para a comprovação da leitura.
Neste, o projeto começou com 47 participantes, porém alguns progrediram de regime ou receberam alvará, sendo que ao final o projeto encerrou com 37 alunos. “Cada reeducando passa um mês com um livro e ao final produz uma resenha que é avaliada. Médias acima de seis pontos garantem remição de até quatro dias”, explicou o pedagogo.
O reeducando Denis Braga afirmou que o projeto de remição pela leitura o ajudou 100% no processo de reabilitação. Cumprindo pena há três anos em regime fechado, o detento tem previsão de progressão para o ano de 2020. “Durante muito tempo eu não tinha acesso à leitura e esse projeto fez com que eu me descobrisse de novo como leitor”, destacou.
Ele frisou que alcançou a nota de 820 pontos na prova de redação do Enem PPL 2018, que é o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade e Jovens sob Medida Socioeducativa. Para este ano, o reeducando almeja um aumento de 90 pontos para superar a média de 900 pontos na prova.