A edição de fevereiro de 2020 da revista inglesa Birdwatching traz detalhes da expedição que o inglês Giles Roberts fez ao Parque Estadual Chandless em 2019. A visita de Giles foi apenas uma das várias experiências apoiadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para avaliar o potencial e a vocação da unidade de conservação para a prática da observação de aves.
O resultado foi aprovado por todos os passarinheiros que foram ao Chandless no ano passado. Para chegar lá eles enfrentam algumas dificuldades com a logística, mas superar os limites para observar e registrar aves raras é o que move os amantes desse hobby. A fase de testes ocorreu no ano passado, com cinco expedições apoiadas pela Sema. Este ano a gestão da secretaria avalia as formas de concessão para atividades ligadas ao turismo ecológico no parque estadual.
O secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, enfatizou que é interesse do governo do Estado investir no potencial de ecoturismo no Chandless. “No ano passado registramos experiências de profissionais da observação de aves e a proposta deu tão certo que já temos caravanas de passarinheiros programadas para chegar ao estado custeando o trajeto. Estamos aguardando o momento certo para tomar as decisões sobre as concessões necessárias dentro do Chandless”, comentou.
“O Acre fica do outro lado da fronteira do mundialmente famoso Parque Nacional de Manu, no Peru. As florestas de terras baixas do Acre fazem parte do mesmo ecossistema – um dos mais ricos, se não o mais rico, do mundo em termos de biodiversidade. Até agora, foi pouco visitado por ecoturistas. A Sema deseja mudar isso. Eles querem incentivar a observação de aves como uma maneira de baixo impacto de trazer conscientização e receita para algumas das áreas remotas que eles têm o trabalho de proteger”, disse Giles em seu artigo.
O inglês Giles, assim como todos os observadores de aves que visitaram o Chandless no ano passado foram acompanhados pelo biólogo Ricardo Plácido, que compõe a equipe técnica da Sema. “Muita gente tem procurado conhecer o Chandless. Sabemos que a logística exige um empenho físico e financeiro, porém os resultados das buscas por aves raras sempre superam as expectativas. Esse é o grande atrativo da aventura dos passarinheiros”, comentou Ricardo.
Histórico
O Parque Estadual Chandless foi criado em 2 de setembro de 2004 pelo decreto n.º 10.670. Possui 695.303 hectares e abrange os municípios de Manoel Urbano, Sena Madureira e Santa Rosa do Purus.
É uma unidade de conservação de proteção integral, de acordo com a Lei 9.985, da Constituição Federal que institui o Sistema de Unidades de Conservação (SNUC), tendo como objetivo a preservação da natureza, o uso indireto de seus recursos naturais, a visitação pública e a pesquisa científica, desde que permitidas pelo plano de manejo do Parque e após autorização prévia da Sema.
Além de suas dimensões, o Parque Estadual Chandless destaca-se por proteger praticamente a totalidade da bacia hidrográfica do Rio Chandless, que deságua no Rio Purus.