A unidade do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) de Xapuri realizou esta semana a repetição de exames em uma propriedade rural do município a fim de descartar casos de Anemia Infecciosa Equina (AIE), doença causada por vírus, que não tem cura e que pode acometer os equídeos (cavalos, éguas, mulas, burros, jumentos, pôneis) de qualquer raça, sexo ou idade.
Outra doença que faz parte do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é o mormo. O Acre não possui casos registrados da doença, mas o Idaf se mantém atento aos procedimentos para manter as propriedades livres do risco.
Popularmente conhecida como lamparão ou farcinose, o mormo é uma doença fatal e contagiosa que também atinge os equídeos, mas causada por bactéria, podendo se apresentar na forma nasal, respiratória ou cutânea. Além disso, é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida do animal para o homem.
As maneiras mais importantes para a transmissão tanto da anemia quanto do mormo se dão por meio do uso de equipamentos, como agulhas, arreios, freios ou esporas em animais diferentes. Depois disso, vêm os cochos e aguadas coletivas, e, por fim, a transmissão por meio das moscas, como a mutuca.
A médica veterinária Ane Gabrielle, chefe da unidade do Idaf em Xapuri, explica que o exame para a anemia equina e para o mormo é obrigatório nos casos de trânsito intermunicipal e interestadual e para a participação em eventos. Segundo ela, tem havido uma crescente conscientização de produtores e pecuaristas para a importância de sua realização, que se dá por meio da rede particular, por conta do proprietário.
“A forma mais eficaz de prevenção é a realização da colheita periódica de sangue para o exame da anemia e do mormo para todos os equídeos da propriedade e, além disso, exigir a Guia de Trânsito Animal (GTA) e o atestado negativo de AIE para entrada e saída de animais na fazenda. Muitos produtores resistem por fazer o exame por medo de ter que sacrificar um animal que apresente resultado positivo, mas a cada dia aumenta a conscientização a respeito da importância do exame”.
Quando um caso positivo é detectado em uma propriedade, o Idaf entra em ação para realizar o saneamento da tropa. Todos os animais são submetidos a duas coletas consecutivas em um intervalo de 30 dias e aqueles que testarem positivo para a doença serão sacrificados pelo serviço veterinário oficial.
O Idaf adverte que a participação de equídeos em eventos agropecuários, como leilões, feiras, exposições, rodeios, vaquejadas e demais concentrações de equídeos somente é permitida mediante a apresentação da Guia de Trânsito Animal (GTA), com os atestados negativo de influenza equina, anemia e mormo.