Para muitas das crianças em situação de vulnerabilidade social, a merenda escolar é o único alimento que recebem durante o dia. Após alguns depoimentos que relatavam essa situação desalentadora, o governador Gladson Cameli decidiu acrescentar a partir do ano letivo de 2020 mais uma refeição nas escolas da rede pública do estado.
Desde que iniciaram os trabalhos letivos, as equipes escolares vêm se adaptando à novidade e aos poucos pondo em prática a nova refeição. Com a inovação do cardápio, são mais de 18 mil estudantes beneficiados no município de Cruzeiro do Sul.
Até para os estudantes com situação social mais estável o almoço na escola é uma proposta válida, pois garante-lhes condições de permanência na unidade e melhora o rendimento escolar.
Para agregar mais valor nutricional à alimentação escolar, o cardápio da merenda na rede pública estadual de ensino recebe novas combinações. Desde o ano passado, o peixe foi agregado à merenda e outros itens como mandioca, jerimum, alface, cenoura, banana, maçã, aveia, também foram incluídos e com boa aceitação pelos alunos.
A recepção do almoço tem sido positiva, comemora o diretor da Escola Rural de Ensino Fundamental e Médio Manoel Braz de Melo. “Iniciamos essa semana a oferta do almoço. Nos primeiros dias, os alunos não estavam adaptados e poucos ficavam ou chegavam para o almoço, no entanto, em meados da semana, praticamente todos os alunos, tanto os da manhã que saem como os da tarde que chegam, almoçam na escola”, comentou o gestor José Francisco Januário.
Desenvolver nas crianças e jovens a atenção para o que estão comendo e para a importância de incluírem alimentos saudáveis em suas refeições, conscientizar as merendeiras sobre as qualidades nutritivas e de higiene dos alimentos que preparam, contar com a orientação de nutricionistas, engajar a família no processo, utilizar produtos que provêm da agricultura local é o cenário ideal, uma experiência desafiadora para a oferta de uma alimentação escolar saudável e de qualidade.
Em visita às escolas urbanas e rurais, acompanhando os horários e a logística para a oferta do almoço, a coordenadora de educação, Ruth Bernardino, percebeu que a alimentação oferecida pelo Governo do Estado é sucesso entre os estudantes.
“A alimentação escolar atende as necessidades do aluno durante sua permanência na escola e certamente contribui para a diminuição do absenteísmo e melhoria do rendimento escolar. Afinal, vale aqui o velho bordão: criança com fome não aprende”, expôs Ruth.
PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar
O PNAE, vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o mais antigo programa do governo brasileiro na área de alimentação escolar e de segurança alimentar e nutricional, é considerado um dos mais abrangentes do mundo no que se refere ao atendimento universal aos escolares e à garantia à alimentação adequada e saudável indicada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as necessidades nutricionais durante o período em que permanecem na escola, o PNAE tem por objetivo contribuir para o crescimento, a aprendizagem, o desenvolvimento biopsicossocial, o rendimento escolar, e a formação de práticas alimentares saudáveis na infância para uma população escolar brasileira de mais de 42 milhões de alunos.