Realização de testes para o contágio de coronavírus pelo Laboratório Mérieux deve sofrer redução no ritmo pelos próximos dias
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informa que o envio de kits para exames da Covid-19 ao estado está atrasado. O problema é causado pela dificuldade que as empresas de transporte estão enfrentando diante do cenário que foi gerado pela pandemia, reduzindo postos de trabalho no setor em razão da quarentena.
De acordo com o Laboratório Central de Saúde Pública do Acre, o Lacen-AC, os kits de reagentes – para que os exames sigam sendo realizados no Centro de Infectologia Charles Mérieux –, deveriam ter chegado na terça-feira passada, enquanto que um segundo lote estava previsto para ser desembarcado na madrugada desta sexta-feira, 27.
“Mas eles não chegaram. E o que estamos fazendo é rastrear esses envios, sobre os quais nem a empresa responsável pela entrega nos informa a real situação”, explica Janaína Mazaro, gerente-técnica do Lacen-AC.
Os exames são fundamentais para que as pessoas tenham consciência de que a doença continua se alastrando no Acre e que, por isso mesmo, precisam ficar em casa, no isolamento domiciliar, como a forma mais eficiente para conter a disseminação, freando a pandemia no estado.
Desobediência preocupa diretor do Mérieux
Segundo o médico Andreas Stocker, diretor do Centro Charles Mérieux, é preciso que nesse meio tempo, as pessoas obedeçam ao apelo de continuar em isolamento domiciliar, sob o risco da situação de contágio ficar fora do controle entre os acreanos.
“Nós não podemos interromper o trabalho de testagem, porque foi desse jeito que países como a Coreia do Sul conseguiram reduzir o crescimento dos casos confirmados, e evitarmos o colapso com pessoas doentes, muitas precisando de UTIs”, alertou Stocker, nesta sexta-feira, 27.
Em países europeus, segundo o pesquisador que é médico graduado em medicina pela Universidade de Hamburgo e biologista responsável por pesquisas e projetos de diagnóstico molecular de vírus humanos como os da família corona, o suporte às vítimas é compartilhado.
“Desse modo, se falta uma UTI na França, o paciente é rapidamente acomodado num hospital da Bélgica ou da Alemanha. Aqui, não. Aqui, as pessoas têm que ter consciência de que nossas UTIs são em quantidade limitada e que vão acabar pegando o vírus se não se isolarem”, afirma.