Representantes do Governo do Acre, do governo federal e do setor privado ligado à pecuária que fazem parte do Plano Estratégico do Grupo Gestor do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PE-PNEFA) se reuniram na tarde desta quarta-feira, 15, para tratar dos avanços em tornar o Acre zona livre de aftosa sem vacinação.
O Acre faz parte do Bloco I do PE-PNEFA, onde estão incluídos Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso. No início de março, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou a auditoria que vai definir se o estado está apto a suspender a obrigatoriedade da vacina para seu rebanho. Um relatório de medidas ainda a serem tomadas foi enviado pelo ministério, devendo ser cumpridas até o dia 30 de julho.
O Mapa adiou para agosto o relatório final com objetivo de decidir se o pleito de reconhecimento de zona livre sem vacinação será encaminhado à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), abrangendo o bloco em sua totalidade ou em parte. E durante esse processo, suspendeu a vacinação obrigatória para maio no Acre.
O novo presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), José Francisco Thum, destacou que uma das exigências do Mapa foi a de uma diretoria mais técnica para o instituto, o que foi atendido de prontidão pelo governador Gladson Cameli, que tem se esforçado bastante em conquistar a certificação para o Acre sabendo o grande avanço que isso representa para o desenvolvimento do agronegócio como saída econômica para o estado.
“Toda área burocrática de exigências do Mapa para os próximos 100 dias já está quase terminada. Ainda temos algumas ações de campo que precisam ser estabelecidas com cuidado devido ao momento da pandemia de Covid-19, mas contamos com o empenho de nossos técnicos. É algo que só depende de nossos esforços e está em nossas mãos”, conta o presidente do Idaf.
Avanços tomados
Atualmente, o Acre possui cerca de 3,5 milhões de cabeças de gado, o que representa um patrimônio de quase R$ 7 bilhões e geram uma receita anual de R$ 1,4 bilhão.
O Governo do Estado, em 2019/20, correu contra o tempo para cumprir com os requisitos para que o Acre se torne zona livre sem vacinação. O Idaf realizou um concurso público para cadastro de reserva visando a contratação de engenheiro agrônomo, engenheiro florestal, médico veterinário e técnico em defesa agropecuária e florestal. Desde o início da gestão do governador Gladson Cameli foram contratados mais 19 veterinários e 16 técnicos agrícolas.
Além disso, em parceria com a iniciativa privada por meio do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (Fundepec), 24 escritórios de atendimento do Idaf espalhados pelo estado entraram em reformas de suas infraestruturas, todas já concluídas. Novos equipamentos e veículos também foram adquiridos ou estão em processo de aquisição.
Entre as exigências do Mapa para retirada definitiva da vacina estão ainda a de colocar postos de controle para funcionamento nas fronteiras do Bloco I, proibir a entrada de animais vacinados no estado, iniciar a fase do estudo soroepidemiológico, fortalecer os cadastros dos estabelecimentos rurais com criação de animai, entre outras.
O secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, destacou: “Estamos tendo uma grande preocupação com o trabalho de campo que precisa ser feito, toda sua mobilidade e aquisição dos equipamentos necessários nesse período mais conturbado com a pandemia, mas estamos na luta pela implantação do plano de ação e trazer essa conquista para o Acre”.
Participaram ainda do encontro do PE-PNEFA representantes da superintendência regional do Mapa, Fundepec, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Acre (CRMV), Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Acre (Sindicarnes), além de representantes dos leilões de animais do Estado.