Unidade segue com índice zero de contaminação entre seus profissionais, e faz apelo para que as pessoas respeitem a quarentena
A UPA do Segundo Distrito segue como referência no atendimento às pessoas que procuram os testes para Covid-19. No entanto, triplicou, nesta semana, o número de atendimentos a pessoas suspeitas de estar contaminadas pelo novo coronavírus. Sem falar em números, todos os dias, porém, a unidade vem recebendo cada vez mais pacientes, efeito do descumprimento do isolamento social com reflexo direto na fila de espera para a coleta de amostras para o teste.
Na noite desta sexta-feira, dia 1º, alguns pacientes chegaram a reclamar nas redes sociais de que o atendimento naquele momento havia estagnado e que não tinha médico de plantão. Não sabiam eles, contudo, que neste mesmo instante, quatro médicos tratavam de salvar a vida de três pacientes em estado grave na unidade, implantando tubos de respiração mecânica para que não viessem a morrer.
“Infelizmente, as pessoas tiveram que esperar mesmo. Nunca faltou médico na unidade, mas o que houve é que estávamos todos mobilizados em salvar a vida dos pacientes que se encontravam à beira da morte”, afirma Dora Vitorino, gerente da UPA do Segundo Distrito.
“E a razão [para a espera] é bem simples, todos já sabem: as pessoas não estão ficando em casa. Não respeitam o isolamento domiciliar e querem ter razão num momento crítico para os pacientes mais graves, os mais afetados por aqueles que desobedecem às recomendações de segurança”, completa a profissional, em tom de desabafo.
A UPA do Segundo Distrito, também conhecida por UPA Via Verde, desde que se tornou referência para os casos de Covid-19, ainda não registrou nenhuma contaminação de seus profissionais, e esse feito é resultado do zelo pela segurança dos trabalhadores e seus pacientes.
A começar pelo distanciamento correto de pacientes e funcionários, pela higienização de salas e corredores, e na vigilância constante para que esses padrões de segurança não caiam nenhum dia.
Na recepção, um profissional de saúde com um borrifador de álcool higieniza as mãos de cada uma das pessoas que chegam à unidade. Todas aguardam sentadas respeitando a separação entre cadeiras. Uma a uma, as pessoas vão sendo direcionadas para os setores de triagem, consulta e exames. Quando o paciente se levanta, o profissional da recepção volta a fazer a higienização da cadeira que foi usada.
Paralelo a isso, outros trabalhadores devidamente protegidos com macacões apropriados guiam o paciente pelos corredores, sempre respeitando o afastamento até a sua saída da unidade.
“Com esses cuidados e mantendo esse protocolo, todos os dias conseguimos manter o índice zero de contaminação de nossos profissionais, do zelador ao enfermeiro e ao médico”, pontua Dora Vitorino.