Para fortalecer o trabalho desenvolvido pelo Centro de Treinamento de Cães Penitenciários (CTCães), o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) proporciona a 32 servidores o primeiro estágio de cinotecnia da instituição. As instruções são ministradas nas instalações do CTCães, no Complexo Penitenciário de Rio Branco, no Batalhão de Operações Especiais (Bope) e no Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança Pública (Cieps).
Ao longo de dez dias de curso, o objetivo é oferecer capacitação do efetivo policial penal no que se refere ao adestramento básico e atividades com cães.
O coordenador do estágio, Laurênio Melo, explica, por exemplo, a técnica do “corredor de segurança”, em que o cão fica solto entre o pavilhão e a muralha, com uma tela de separação. Os animais ficam em sentinela 24 horas por dia, em apoio aos policiais de serviço na guarita. “O cão fica ali no corredor e passa a noite em vigilância. Se algum preso se aproximar, ele começa a latir para avisar”, ressalta.
Laurênio relata o resultado positivo do procedimento: “O índice de fuga caiu para zero depois que fizemos o corredor de segurança nos pavilhões P e O, onde havia mais incidências desse tipo”.
Ao longo do estágio, os alunos aprendem conhecimentos gerais sobre cães, desde a limpeza e cuidados com filhotes, até a formação de cães de guarda e proteção, também de cães de faro de armas, drogas e celulares. Além disso, os policiais passam por instruções de armamento e tiro, intervenção tática, entrada tática e entrada com os cães nos presídios.
Participante do estágio, a policial penal Ana Cristina Andrade explica que a aprendizagem de novos procedimentos e rotinas contribui com o exercício profissional. “Com essa capacitação, vamos também aprender a trabalhar diante de ocorrências em que precisaremos ter a presença dos cães”, afirma.
Para o aluno Paulo Freire, conhecer a realidade desse trabalho é importante para a rotina dos presídios. Ele explica que pode perceber a versatilidade do trabalho com cães, que não são empregados apenas em casos de fuga, mas também em situações em que empregam o faro para achar armamento, celulares e chips.
“Você vê a utilidade que o cão tem dentro da cadeia. O que para nós é quase impossível achar, como um chip, dependendo de onde ele está, o cão consegue encontrar”, destaca o policial.