O Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), e uma clínica de oftalmologia de Rio Branco deram o pontapé inicial para um amplo programa de consultas a distância visando atender à comunidade escolar, neste sábado, 3. O projeto, que tem à frente o Hospital de Olhos Eduardo Veloso (HOE), vai aplicar recursos de telemedicina para consultar crianças, jovens e seus familiares, em muito breve.
Pelo menos 40 pacientes, entre estudantes do ensino fundamental, pais e avós, participaram do projeto piloto, neste sábado, 3, no anexo da SEE, no antigo prédio do Colégio Dom Pedro 2º, no bairro Bosque. “A ideia é que todos esses exames que estão sendo realizados hoje possam ser feitos com o mínimo de profissionais possíveis presencialmente, desde a escola até o consultório a distância”, explica o médico oftalmologista Eduardo Veloso, proprietário do HOE.
O Hospital de Olhos já mantém uma parceria com a SEE por meio do projeto Corpo, Mente e Voz, implantado pelo governo Gladson Cameli, em outubro do ano passado, para cuidar da saúde dos professores da rede pública de ensino.
O atendimento deste sábado não aconteceu com o uso dos equipamentos a distância, mas serviu para testar a transmissão via internet – imagens, dados do paciente e leitura dos exames -, para que em muito breve o sistema esteja implantado.
Maria Eduarda Costa Said, de 14 anos, foi com o avô, Francisco da Costa de Souza, 70 anos, para também passar pela bateria de exames. Depois do cadastro, eles, assim como todos os demais pacientes, passaram pelos exames de pressão ocular e intraocular, pelo teste de acuidade visual, pelo exame de auto refração, pelo oxímetro, que mede a oxigenação o sangue, e pela verificação da temperatura corporal.
Eduarda tem miopia leve, por conta do uso exagerado do celular. “Começou há dois anos e já troquei de óculos uma vez. Agora, vim saber como meus olhos estão novamente”, diz a garota, que é estudante da escola Raimundo Gomes de Oliveira, no conjunto Tucumã. Para o avô dela, a vantagem de se fazer os exames sem a necessidade de arcar com os custos é o que ele classifica de “uma mão-na-roda”. “Em tempo de crise, em que tudo está muito caro, essa é uma oportunidade de ouro”, diz.
A dona de casa Mayanne Araújo, de 31 anos, aproveitou para trazer — além da filha, Lavínia, de 10 anos — , também a mãe, dona Eliaci Castro de Araújo, de 57 anos. Pela primeira vez, nas suas quase seis décadas de vida, Eliaci iria consultar um oftalmologista. A família mora no conjunto Montenhês, na região do bairro Tancredo Neves, onde na escola Djalma Teles Galdino estuda a menina Lavínia.