Escolas acreanas projetadas de acordo com os conceitos de autossuficiência, tecnologia e praticidade agradam ao governo federal, que deve construir a primeira fora do Acre, na Ilha do Marajó
O projeto das escolas indígenas modulares do Acre, cujas obras tiveram o aval do governo federal e estão programadas para 2021, será estendido para outros estados do país, com o Pará sendo o primeiro a adotá-lo inicialmente. A informação é da ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em audiência com o secretário de Estado de Educação, Mauro Sergio Cruz. Desde o início da semana, o gestor está em Brasília para uma série de visitas aos ministérios em busca de novos investimentos para a pasta.
“Estamos felizes com o Acre por ter nos apresentado um projeto tão bonito, de fácil construção, e, principalmente, de uma funcionalidade excepcional, que serão essas escolas indígenas”, destacou a ministra.
Por sua praticidade de construção, que dispensa terraplanagem em terrenos até mesmo alagadiços, o projeto acreano será adotado na Ilha do Marajó (PA), o primeiro local fora do Acre a receber uma unidade.
Quesitos como autossuficiência e tecnologia de construção em módulos, com iluminação zenital [que utiliza recursos da luz natural] também contaram para o sucesso da planta arquitetônica, elaborada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional do Acre e pela Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes.
Nesta quarta-feira, 14, o governador Gladson Cameli com o secretário Mauro Sergio Cruz apresentaram o projeto das escolas ao ministro da Educação, Milton Ribeiro. No Acre, elas serão cinco unidades de ensino médio nos municípios de Assis Brasil, Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima e Tarauacá.
Atualmente, o Acre tem 22 escolas indígenas, que oferecem ensino médio regular e o Programa Asas da Florestania, coordenado pelo Departamento de Educação no Campo.
A ideia, segundo Sergio Cruz, é acabar com a demanda reprimida dos estudantes indígenas que estão concluindo os anos finais do ensino fundamental, mesmo com uma quantidade boa de escolas, e de acesso ao programa Asas da Florestania. Esses alunos encontram dificuldade de acesso às escolas que oferecem o ensino médio.
Escolas rurais e indígenas serão integradas em rede via satélite
No Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, o secretário foi recebido pelo secretário Maximiliano Martinhão, e por Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério, para tratar da implantação do projeto de telecomunicações das escolas rurais e indígenas.
Conforme o secretário Mauro Sergio Cruz, a implantação do sistema que utiliza satélites nas escolas mais remotas do Acre vai permitir que o plano único curricular seja alcançado também por esses educadores. Atualmente, todas as escolas da rede pública estadual utilizam um único currículo, numa sintonia que auxilia enormemente o ensino-aprendizagem.
“Conectar as escolas remotas com a grande rede nos permitirá esta integração do ensino, criando meios excelentes de interação dos professores com os demais que já estão integrados”, explica Sergio Cruz.
O passo seguinte também será o de investir na reestruturação da Rede Aldeia, sobretudo a TV Aldeia, para a produção de teleaulas e para abertura de canais online com o interior do estado, possibilitando a realização de cursos e oficinas a distância e em tempo real, desde a capital acreana.