Ao longo de toda a semana, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) comemora o primeiro ano de atuação no estado. Nesta quinta-feira, 15, os profissionais envolvidos participam de um seminário em policiamento de fronteira com palestrantes do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As apresentações giram em torno das práticas e experiências vividas no combate à criminalidade em ambiente de fronteira.
Durante a abertura do evento, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Paulo Cézar Santos, ressaltou que a fronteira é o principal motivo da fragilidade do país para a instalação do crime organizado. Ele destacou que as organizações criminosas atuantes no Brasil já dominam a cadeia de distribuição de entorpecentes em nível internacional. “Elas utilizam as estradas e os rios para transpor barreiras e levar o produto do crime ao mercado consumidor”, disse.
Ele destacou que mesmo a responsabilidade maior sendo do governo federal, todos devem dar a sua parcela de contribuição. “Independente de ente, a responsabilidade é de todos. Não há como combater o crime em qualquer circunstância se não tivermos um olhar para a fronteira, nesse sentido surgiu a necessidade de criar o grupo”, afirmou.
“Por meio do Gefron, iniciamos o trabalho, não simplesmente de combate ao narco, mas também de integração, e esse tem sido o principal motivo da existência do Gefron, que ao longo deste primeiro ano efetuou apreensões com todas as forças de segurança, inclusive com as Forças Armadas em operações integradas”, ressaltou o secretário.
Sobre as dificuldades ao longo do primeiro ano, o coronel Rômulo Modesto, que é um dos coordenadores operacionais do Gefron, explicou que a extensão do território fronteiriço é a principal. “Nós temos atuado sempre em integração com os outros órgãos de segurança pública e o Exército Brasileiro. No entanto, as nossas fronteiras são extensas e não tem como o Estado se fazer presente a todo momento nessas regiões”, disse.
O delegado Rêmulo Diniz, que também é coordenador operacional, ratificou as palavras do coronel ao lembrar que o Acre possui mais de 2.000 km de fronteira com o Peru e mais de 600 com a Bolívia.
“Os dois maiores produtores mundiais de cocaína são o Peru e a Bolívia, e com isso o Acre se tornou uma das principais rotas internacionais do transporte de entorpecentes tanto para o Brasil, que é um grande consumidor, como também para a Europa e os Estados Unidos”, frisou.
Diniz ainda ressaltou que o tráfico desses entorpecentes traz um interesse financeiro muito grande para organizações criminosas internacionais e nacionais que têm atuação nas fronteiras e assim tem gerado impacto não só à segurança do Estado do Acre, como também do Brasil.
Gefron
Inserido no Programa Vigia, da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do governo federal, a atuação do Gefron teve início no dia 16 de outubro de 2019. A data escolhida para efetivamente marcar o nascimento do grupo se deu por ter sido esse o dia da confecção do 1º Boletim de Ocorrência com flagrante realizado pelos profissionais.
Daí em diante, em forma coordenada e integrada com as demais forças de segurança pública federais e estaduais, além do Exército Brasileiro, o combate aos crimes de fronteira se tornou mais efetivo e com resultados expressivos. Durante o período de um ano, os profissionais já deram prejuízo de mais de R$ 10 milhões ao crime organizado.
Aumento no efetivo
O secretário Paulo César aproveitou o momento para anunciar a ampliação do efetivo de policiais do Gefron. “Baixaremos edital para que as polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros Militares possam disponibilizar um número maior de homens, a fim de dobrarmos o efetivo disponível ao Gefron e consequentemente atender a todos os municípios acreanos”, afirmou.
Além disso, policiais penais também serão inseridos no quadro de profissionais do grupo, o que proporcionará mais um reforço nas ações realizadas.