Durante todo o mês, a campanha Novembro Azul ganha forças no que tange à promoção de práticas destinadas aos cuidados com a saúde do homem. No sistema penitenciário não é diferente. As ações promovidas pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), tem por objetivo o atendimento dos presos para que o sistema de saúde interno não fique sobrecarregado com as demandas.
Na manhã desta terça-feira, 17, equipes de saúde atenderam os 99 presos da Unidade de Regime Fechado nº 2 de Rio Branco, bem como os profissionais de plantão, com aplicação de vacinas e fornecimento de testes rápidos de HIV, hepatites B e C e sífilis.
Na unidade, que também é conhecida como Antônio Amaro Alves, as atividades começaram a ser desenvolvidas desde o último dia 9. Já no Complexo Penitenciário de Rio Branco, a programação ocorrerá da segunda-feira, 23, até a sexta-feira, 27, onde os presos também terão palestras de prevenção ao câncer de próstata e mutirão de atendimento clínico em parceria com a Sesacre.
Para a chefe da Divisão de Saúde do Iapen, Ingrid Kariny Suárez, mesmo que o preso tenha tido o direito de liberdade cerceado, é dever do Estado fornecer o atendimento de saúde a este público, bem como de traçar estratégias para evitar o desenvolvimento e consequente espalhamento de doenças no complexo. Quando são identificados com alguma doença, eles são referenciados pela Unidade Básica de Saúde do próprio Complexo e, dependendo da gravidade, para uma unidade externa de atendimento.
“Essas pessoas estão sob os cuidados do Estado, não têm a mobilidade que temos, já que o direito de ir e vir foi cerceado. Então, nós temos que providenciar esses atendimentos, pois eles vivem em ambientes aglomerados e superlotados. Toda e qualquer doença que venha a aparecer ali, pode se espalhar muito rapidamente”, disse Suárez.
Ela esclareceu que a vacinação é a maneira mais eficaz de prevenção, além dos testes rápidos para que a pessoa tenha conhecimento se ela é portadora ou não de um vírus HIV ou hepatite. Assim o preso saberá se necessita ou não de tratamento, bem como será devidamente assistido.
Ainda de acordo com Suárez, no próximo dia 25, cerca de 60 presos serão atendidos na Unidade Básica de Saúde por dois médicos nos períodos matutino e vespertino. Ela complementa que o Complexo dispõe de profissionais capacitados, mas o intuito do mutirão é de evitar a sobrecarga de atendimentos, que ainda é muito alta. “Temos atendimento básico com nossos médicos na nossa unidade, inclusive contamos com três clínicos, mas a demanda é muito grande, já que temos quase 4 mil presos. Qualquer mutirão que nós fazemos, conseguimos dar uma desafogada no número de atendimentos”, finalizou.
(Matéria produzida pelo estagiário Renato Menezes)