A previsão é de que o serviço volte a ser oferecido a partir da próxima semana
Além das dificuldades impostas pela própria doença, os pacientes que estão em luta contra o câncer e necessitavam de radioterapia, desde 2016 precisavam ser enviados via Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para outros estados em busca da cura. O distanciamento familiar, a assistência e acolhimento regional eram algumas das dificuldades encontradas pelos pacientes.
Ao assumir a gestão, o governador Gladson Cameli propôs, e impôs como meta, o retorno do serviço de radioterapia no Hospital do Câncer do Acre. Desde então, teve início uma outra luta: a burocrática. Ao serem avaliados os critérios para o funcionamento do acelerador linear, equipamento que realiza a radioterapia, foram constatados problemas na estrutura física, a falta de um físico-médico, a necessidade da substituição da placa de cobalto pelo acelerador e a aprovação por parte da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Em 2019, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) iniciou a reforma estrutural do local, a contratação do profissional para executar o serviço e a substituição da placa de cobalto pelo acelerador linear.
“Nos empenhamos em atender a determinação do governador Gladson Cameli e, em meio a tantos desafios, conseguimos organizar todo o serviço para que os acreanos recebam o tratamento de radioterapia no nosso estado. Enquanto gestor, me sinto realizado em poder contribuir cada vez mais para uma melhor assistência aos nossos usuários”, enfatiza Alysson Bestene, secretário de Saúde.
Após o trabalho, o Hospital do Câncer deu início ao trâmite de processos internos de avaliação e comprovação do bom funcionamento do aparelho e, após esta fase, a CNEN autorizou esta semana o funcionamento do aguardado acelerador linear.
Atualmente, 457 pacientes são encaminhados para o tratamento oncológico nos estados vizinhos do Amazonas e de Rondônia. Com o retorno do funcionamento do equipamento, estes poderão fazer o tratamento na Unacon.
“O antigo aparelho de radioterapia começou a dar problemas no ano de 2016. Durante esse período eram realizadas somente radioterapias paliativas. Em fevereiro de 2017 os serviços pararam em definitivo e os pacientes precisaram ser regulados via TFD para a realização do tratamento”, explica a gerente-geral, Kelcinea Souza.
A Unacon aguarda a chegada dos dosímetros, equipamentos que medem o nível de exposição dos raios emitidos pelo acelerador e que precisam ser utilizados pelos profissionais. A previsão é de que cheguem em cinco dias úteis.