Na tarde de sábado, 6, os prefeitos Sérgio Lopes, de Epitaciolândia e Fernanda Hassem, de Brasileia, estiveram reunidos com o vice-governador Major Rocha, com o presidente da Associação Família Azul, Abrahão Púpio e com o médico Aldemar Mazinho, idealizador e fundador do Centro de Tratamento de Integração Sensorial (Centrin), que mantido pelas prefeituras atende dezenas de famílias autistas nas cidades de Cruzeiro do Sul e Tarauacá. O objetivo da reunião foi apresentar aos gestores municipais propostas para diagnóstico e terapias.
Na ocasião os prefeitos conversaram com o médico Aldemar Mazinho, que explicou a finalidade e atuação do Centrin, que funciona em parceria com o poder público.
“O objetivo principal é implantarmos o Centrin no máximo de regiões do Acre. É um trabalho lindo que vem sendo realizado por esse centro na garantia de mais qualidade de vida ao público alvo, além de orientação na garantia de seus direitos. Nós como Estado temos que apoiar e garantir o perfeito funcionamento do Centrin”, comentou o vice-governador Major Rocha, destacando o empenho da prefeita de Brasileia e a boa conversa inicial com Sérgio Lopes, de Epitaciolândia.
“A prefeita Fernanda (Hassem) já conhecia um pouco da história do Centrin e quando estivemos aqui ela pediu que marcássemos uma reunião com o doutor Mazinho. Hoje estamos aqui realizando essa conversa e tenho certeza que muito em breve teremos um centro para atender não só Brasileia, mas toda a região do Alto Acre”, afirmou Rocha.
Como não existe atendimento especializado na região, toda semana dezenas de famílias precisam se deslocar até Rio Branco para consultas. A prefeitura de Brasileia disponibiliza um veículo tipo van para o transporte, mas por questões de segurança não atende a todos.
“Semanalmente, muitas famílias precisam ir a Rio Branco em busca de tratamento a seus filhos, na rede pública ou privada. Nós disponibilizamos uma van, mas as famílias tem que se revezar, pois o número de vagas no veículo não atende a todos e alguns para não perder a consulta do filho tem que custear a viagem do próprio bolso, sendo que muitos não têm condições, então a implantação do Centrin aqui na região vai dar um novo ânimo ao tratamento dos autistas no Alto Acre”, enfatizou Fernanda Hassem.
Na semana passada, Abrahão Púpio e Aldemar Mazinho estiveram em Brasília na companhia do vice-governador Major Rocha para reunião com a ministra Damares Alves, no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A agenda marcada pelo senador acreano Márcio Bittar foi bastante positiva e teve a garantia de liberação de recursos para o investimento na melhoria de estrutura, capacitação de pessoal e melhorias no tratamento dos autistas.
“Que bom que os gestores municipais estão percebendo a importância do atendimento especifico, individualizado e de qualidade. Essa semana foi muito proveitosa, primeiro com a reunião em Brasília, a qual finalizamos confiantes de que teremos mais apoio financeiro para expandirmos o Centrin por todo o estado e agora com essa reunião, onde os prefeitos Sérgio Lopes e Fernanda Hassem demonstraram grande vontade de ter um centro aqui nos municípios. Isso nos deixa muito felizes, pois sabemos que essas pessoas serão atendidas com dignidade, respeito, carinho e eficiência”, comemorou o médico Aldemar Mazinho.
“Não importa se será um centro só para atender toda regional ou se cada município terá o seu centro, o que importa é que o primeiro passo foi dado e em breve esperamos que se ofereça diagnóstico e tratamento de qualidade, adequado, individualizado, que respeite a complexidade que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apresenta. Epitaciolândia tem uma população de 18 mil pessoas e devemos ter cerca de 400 autistas no município e a maioria ainda sem diagnóstico. Já em Brasileia, a população é de 27 mil pessoas e deve ter de 550 a 600 autistas, a maioria também sem laudo definitivo, isso com base nos estudos que apontam um percentual de 1 autista para cada 50 nascidos com vida”, destacou Abrahão Púpio, presidente da Família Azul no Acre (Afac).
No parlamento estadual, a causa dos autistas é defendida pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora da Aleac, deputado Luiz Gonzaga, que também estava presente ao encontro. Gonzaga tem levantado a bandeira do autismo no parlamento estadual acreano e se comprometeu em propor melhoria na lei estadual da política pública ao autista, assim como tornar o Centrin e a Afac em entidades de interesse coletivo, para que no futuro possam receber recursos públicos em prol da causa.