O governador do Acre, Gladson Cameli, acompanhou neste domingo, 21, a crise migratória em Assis Brasil, na fronteira com o Peru. Sensível com a situação vivenciada por centenas de imigrantes, a maioria formada por haitianos que tentam adentrar no país vizinho, o gestor reforçou que o Estado continuará prestando toda assistência humanitária aos estrangeiros.
Gladson dialogou com um grupo de imigrantes que está acampado há vários dias na Ponte da Integração. O governador escutou as principais demandas e colocou-se, mais uma vez, à disposição para ajudar na intermediação de uma solução definitiva ao conflito.
“Essas pessoas são seres humanos e merecem ser tratadas com total dignidade e respeito. O governo tem procurado fazer a sua parte na questão do auxílio humanitário e também estamos buscando ajudar a resolver essa questão por meio da diplomacia entres os governos do Brasil e do Peru. O meu maior desejo é que esses imigrantes tenham a chance de lutar por uma vida melhor”, pontuou.
Cameli ofereceu ainda o fretamento de ônibus para transportar os estrangeiros que desejarem permanecer no Brasil. Além disso, o governo acreano cedeu prédios públicos à prefeitura do município para a instalação de abrigos, tem custeado parte da alimentação, levado atendimentos de saúde e assegurado segurança aos imigrantes.
O prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, esteve ao lado do governador e do secretário de Justiça e Segurança Pública, Paulo Cezar Rocha dos Santos, durante a visita. O gestor aproveitou a oportunidade para relatar o clima de tensão vivenciado nos últimos dias e também agradeceu o apoio dado pelo Estado ao município localizado na tríplice fronteira.
“No último dia 14 de fevereiro, tivemos um conflito aqui na ponte e, desde então, temos recebido todo o apoio por parte do governo do Estado e o próprio governador Gladson Cameli tem mantido contato conosco. Nessa visita de hoje, ele anunciou medidas que vão diminuir o número de pessoas, sobretudo aos que estão na ponte”, destacou o prefeito.
Desde o início do mês, imigrantes estão chegando em grande número ao Acre com o objetivo de deixar o Brasil, por meio da fronteira com o Peru. Porém, desde o início da pandemia do coronavírus, a travessia na Ponte da Integração está proibida.
Mesmo não sendo competência constitucional do Estado, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) está presente no local por tempo indeterminado, cooperando com a mediação do conflito migratório em apoio à Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
“Estamos fazendo a segurança não só na ponte, mas em todo o perímetro urbano de Assis Brasil e áreas rurais da região, coibindo as práticas de crimes transfronteiriços”, relatou o comandante do Gefron, coronel Antônio Teles.
O haitiano Miguel Moendestin está há quase um mês aguardando atravessar a fronteira juntamente com a esposa e a filha de três anos de idade. Sem expectativa de resolução para o impasse, o estrangeiro cogita retornar ao Sul do país.
“Como não tenho trabalho, estou ficando sem dinheiro para manter minha família. Não posso ficar nessa situação e a única solução será retornar para Santa Catarina”, declarou.