O governo do Estado, por meio do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, anunciou na manhã desta segunda-feira, 1º, que todo o Acre se mantém no Nível de Emergência (Bandeira Vermelha), pelo aumento seguido nos casos de doença, que já levou a óbito quase mil pessoas no estado.
O período avaliado foi de 14 a 27 de fevereiro, com as três regionais do estado apresentando piora considerável, principalmente, no nível de isolamento social, ocupação dos leitos clínicos para Covid-19 e óbitos pela doença. Atualmente, 93% dos leitos de UTI em todo o estado estão ocupados, enquanto a taxa de ocupação dos leitos clínicos é de 77%.
O governo do Estado vem incansavelmente ampliando o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com apoio do Ministério da Saúde. Novos 50 leitos de UTI e 40 de enfermaria estão sendo abertos, além de outras estruturas usadas para atendimento dos pacientes, como o Hospital do Idoso. A vacinação também segue no estado, em busca de imunizar todos os indivíduos dos grupos prioritários.
“Estamos ampliando o serviço de saúde incansavelmente. Andamos nas três regionais de saúde do estado buscando dar cada vez mais condições para ampliar o combate à pandemia. Mas todas as medidas preventivas precisam da união de todos. Você se preservando, está preservando a todos nós enquanto humanos. Usem máscara, lavem bem as mãos e evitem ao máximo as aglomerações. Esse é um apelo de todo o governo do Estado, mas principalmente dos profissionais que estão na linha de frente de combate já há um ano”, solicita o secretário de Saúde, Alysson Bestene.
O governo reforça que, se a situação se tornar colapso, a adoção inédita da Bandeira Preta pode ser tomada e medidas restritivas ainda maiores devem ser anunciadas. A próxima coletiva de anúncio da classificação de risco está marcada para o dia 19 de março, podendo ser antecipada a qualquer momento.
Restrições mudam
Também nesta segunda-feira, uma série de decretos mudou as medidas restritivas, excepcionais e temporárias decorrentes do agravamento da situação epidemiológica no âmbito do estado do Acre. Segundo o Decreto 8.147, a partir de agora, nos fins de semana e feriados só será permitido o funcionamento de farmácias, hospitais, postos de gasolina e funerárias. Restaurantes, lanchonetes, supermercados e similares poderão funcionar exclusivamente com serviço de delivery, sendo vedado qualquer tipo de atendimento presencial ao público, inclusive na modalidade drive-thru e congêneres. Qualquer outra atividade econômica ou social também estará proibida a partir deste fim de semana.
Já de segunda a sexta, a abertura de atividades deverá seguir a orientação da classificação de risco que também também foi modificada e agora abrange quase todos os setores comerciais e sociais já em Bandeira Vermelha, mas com restrições ainda maiores e medidas sanitárias ainda mais rígidas, além do toque de restrição que segue vigente das 22 às 5 horas.
Durante a Bandeira Vermelha, seguem proibidas apenas as competições de futebol profissional, amistosos e treinamentos no âmbito das entidades vinculadas à Federação de Futebol do Acre; escolinhas de futebol para o público infantil; e atividades do atletismo. Também estão proibidos teatros, cinemas e apresentações culturais, além de eventos corporativos, acadêmicos, técnicos e científicos, bem como eventos comemorativos e sociais, tais como casamentos, aniversários e outros tipos de confraternizações realizados em igrejas, cerimoniais, restaurantes e buffets.
Ainda segundo o Decreto 8.148, somente a partir do dia 9 de março está permitida a reabertura das academias de ginástica, clubes esportivos, de lazer, e similares; além de bares. A venda de bebidas alcoólicas em qualquer estabelecimento fica agora restrita até às 20 horas.
Já o Decreto 8.146 trata da retomada das atividades educacionais, decretando sistema híbrido (presencial e remoto), com capacidade limitada a 30%, limitadas a primeira fase da retomada, com exceção do terceiro ano do ensino médio e atividades práticas laboratoriais do ensino superior, a qual dependerá da progressão do Nível de Risco.
Metodologia
O Pacto Acre sem Covid é uma ferramenta destinada a viabilizar a harmonia entre o desenvolvimento econômico, o direito de proteção à saúde e os valores sociais do trabalho, tendo por finalidade fundamental a efetiva proteção do direito à vida.
De acordo com o método definido pelo Pacto Acre sem Covid, a classificação em nível de risco é realizada conforme a delimitação territorial das regionais de Saúde do estado, a saber: região do Alto Acre (Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri), Baixo Acre e Purus (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Jordão, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Senador Guiomard) e a região do Juruá e Tarauacá-Envira (Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Tarauacá).
A classificação em níveis de risco (bandeiras), expressa por meio de uma nota geral que varia de 0 a 15, é obtida por meio da mensuração de sete índices, sendo eles: isolamento social; notificações por síndrome gripal; novas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave; novos casos por síndrome gripal Covid-19; novos óbitos por Covid-19; ocupação de Leitos Clínicos Covid-19 e ocupação de UTIs Covid-19.
Os níveis de classificação de risco foram divididos em Vermelho, Laranja, Amarelo e Verde, respectivamente do mais restritivo para o mais flexível. A cada 14 dias é realizada uma nova avaliação dos indicadores, cabendo às prefeituras realizar a autorização das atividades permitidas no respectivo nível de risco apurado por meio de decreto municipal, bem como a instituição de protocolos sanitários a serem seguidos pelos setores da economia que estejam autorizados a funcionar.
Um trabalho que envolve Estado, prefeituras e entidades e que deve contar com o apoio de toda a comunidade. Para mais informações de protocolos, acesse: http://covid19.ac.gov.br/