A Secretaria de Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE) realiza formação para professores e gestores das escolas rurais dentro do programa Caminhos da Educação do Campo. A atividade é realizada nesta quinta e sexta-feira, 2 e 3, no auditório da Escola José Ribamar Batista (Ejorb), localizada no bairro Aeroporto Velho, em Rio Branco.
Ao longo de toda a semana, o Departamento de Educação do Campo da SEE realiza diversas formações. Uma para assessores e coordenadores dos núcleos da secretaria nos municípios, outra para coordenadores municipais das redes municipais e agora este treinamento para professores responsáveis, professores regentes e gestores.
A formação, de acordo com a chefe da Divisão de Ensino do Campo, Priscila Pinheiro, desenvolve-se em momentos distintos, separados por ciclos de aprendizagem, como o fundamental anos iniciais, fundamental anos finais e ensino médio.
Na próxima semana, a mesma ação será oferecida para professores e gestores de Cruzeiro do Sul. Os encontros no Juruá, estão previstos para a quarta, quinta e sexta-feira da próxima semana.
O chefe do departamento, Sebastião Flores, participou da abertura da formação e destacou que o governador Gladson Cameli e a secretária Socorro Neri têm um olhar igualitário para a educação do campo. “A educação é uma só, o foco é o aluno e, por isso, temos trabalhar para melhorar a qualidade do ensino, nivelando o conhecimento de todos”, afirmou.
Tirar as dúvidas
A formação é um momento de tirar as dúvidas dos professor e gestores. Para a professora Rayala Vidal, que trabalha na Escola Santa Lúcia II, no Quixadá, na capital, o processo é muito importante por conta do diferencial que existe no ensino-aprendizagem da zona rural.
Trabalhando há sete anos em escolas rurais, onde leciona Ciências da Natureza, ela destaca que o ensino rural tem suas peculiaridades. “Esta oportunidade é fundamental para a gente poder levar o melhor para os nossos alunos, porque eles são a nossa prioridade”, destacou.
O mesmo pensamento tem a professora Solange Oliveira, que leciona Educação Física em duas escolas, a Floresta, cujo acesso se dá ou pela Transacreana ou pelo Benfica, e a Manoel Barbosa, localizada no km 52 da Transacreana.
“Essa formação é a chance para a gente tirar todas as dúvidas porque, a partir do momento em que vai para a escola, a gente não tem o suporte que tem aqui na cidade, onde temos a oportunidade de aprender mais e levar um ensino melhor para os alunos”, diz.
Pandemia
Da formação do Departamento de Educação do Campo participam também os chamados professores responsáveis, aqueles que respondem pelas escolas que não têm gestão, como a professora Helena Milhomens, da Escola Ena Oliveira de Paula, localizada no Projeto de Assentamento (PA) Moreno Maia.
A instituição possui em torno de 40 alunos, tanto do fundamental anos iniciais, quanto do fundamental anos finais e ensino médio. Para não perder alunos, ela, que trabalha na zona rural há 17 anos e há dois na função de professora responsável, realiza, desde o ano passado, a chamada busca ativa para evitar a evasão escolar.
“Essa formação é de grande importância para a gente, principalmente para enfrentar esse grande desafio da pandemia, porque muitas coisas mudaram, principalmente em relação ao professor”, destaca.
Entre as mudanças ocasionadas pela pandemia, ela cita o lado socioemocional do docente, a questão da expectativa do profissional, além da preocupação do professor considerar que não vai dar conta (do ensino remoto) por ser algo diferente.
“Então essa formação veio para o professor adquirir mais conhecimento, sobretudo em uma área que ele desconhecia e que a pandemia trouxe, que é o ensino remoto, a distância. Então, isso nos serve como crescimento e para adquirir mais conhecimento”, frisou.
Desafio
A pandemia, aliás, trouxe muitos desafios para a educação e para professores e gestores da zona rural. Para Elisângela Nery, gestora da Escola Jorge Kalume, localizada na vila de mesmo nome, ensinar neste momento se tornou um grande desafio.
Ela, que era coordenadora de ensino da Escola Ruy Azevedo, localizada no bairro do Amapá, assumiu a gestão em 2020, em plena crise sanitária global. A escola, que trabalha somente com o fundamental, anos iniciais, passou a trabalhar, este ano, com o fundamental, anos finais.
“Nossa escola é seriada no fundamental, anos iniciais, e agora estamos trabalhando também com o fundamental anos finais, com o programa Caminhos da Educação, Ciclos de Aprendizagem. Então, como nunca tínhamos trabalhado com essa modalidade, é um desafio”, disse.