Por volta das 14h30 de domingo, 8, o Corpo de Bombeiros Militar do Acre e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) receberam um alerta de possível acidente aéreo, envolvendo um helicóptero do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei). O fato ocorreu em uma área de mata fechada, a três quilômetros do Rio Crôa, na zona rural de Cruzeiro do Sul.
Mesmo com poucas informações, uma verdadeira força-tarefa foi montada para o início das buscas e resgate dos passageiros, sete pessoas no total: um piloto, um mecânico, um enfermeiro, um casal e duas crianças de pouco mais de um ano. A aeronave teria saído da base, em Cruzeiro do Sul, para levar as crianças indígenas, com quadro de pneumonia, a uma unidade de saúde.
“O deslocamento da aeronave sumiu do rastreio da empresa aérea, que nos acionou imediatamente após disparo do localizador, o que acontece apenas quando existe colisão com o solo. Imediatamente enviamos equipes para a região e no caminho conseguimos encontrar o piloto e o técnico de enfermagem. Foram eles que direcionaram as equipes até o local do acidente”, relatou Charles Santos, comandante-geral do Corpo de Bombeiros.
O resgate de seis dos passageiros foi feito ainda no domingo, com ajuda de embarcações fluviais. Foram cinco horas de viagem até chegar a uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para o transporte até o hospital. O único que teve que esperar no local do acidente foi o mecânico, que reclamava de dor lombar e por esse motivo não poderia ser removido por terra. Seu resgate se deu na segunda feira, 9, por uma aeronave do Ciopaer.
“Foram empenhados 22 homens nessa operação. As primeiras seis vítimas resgatadas estão estáveis, algumas já receberam alta, já o quadro clínico do mecânico é delicado. Militares permaneceram a noite toda com ele, até que fosse finalmente resgatado e, no final, graças a Deus, deu tudo certo”, acrescentou Samir Freitas, comandante-geral do Ciopaer.
O serviço de resgate também teve o apoio de integrantes do Exército Brasileiro. Para que a aeronave do estado pudesse acessar o local do acidente, uma clareira foi aberta. Foram oito pousos e oito decolagens até que toda a equipe, composta por bombeiros, militares e ajudantes, fosse retirada do local.
Apesar de a força-tarefa para o resgate dos passageiros ter terminado, nesta terça-feira, 10, os trabalhos continuam. Desta vez, o Ciopaer fará o transporte das equipes de perícia, que devem analisar os motivos que causaram o incidente.
“Agradeço a Deus por ter nos dado sabedoria para cumprir mais essa missão com êxito. Todos os envolvidos foram importantes. É uma grande honra fazer parte dessa equipe de homens e mulheres compromissados em salvar vidas; a população sempre pode contar conosco”, afirmou o chefe da Casa Militar em exercício e comandante dessa operação pelo Ciopaer, Carlos Negreiros.