Junção de esforços de autarquias, fundações e secretarias no governo Gladson Cameli dão o tom de compromisso com as famílias acreanas, sobretudo as de baixa renda, que há anos esperavam por uma intervenção cirúrgica
O lançamento do supermutirão das cirurgias eletivas pelo governo do Estado do Acre, nesta terça-feira, 17, mais que um gesto de cuidado com as pessoas, mostrou que as autarquias, fundações e secretarias de Estado estão unidas e em sintonia com o que foi pedido pelo governador Gladson Cameli ainda em 2019, o primeiro ano de sua administração: oferecer mais dignidade às pessoas que há anos esperam por uma intervenção cirúrgica na rede pública de saúde.
As ações, que custarão ao menos R$ 25 milhões ao longo dos próximos seis meses, traduzem-se em mais saúde e dignidade, sobretudo para uma população em especial: aquela que vive abaixo da linha da pobreza e para quem as políticas públicas da atual gestão fazem uma diferença descomunal.
Para Taynara Martins, presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) – de onde foram repassados R$ 15 milhões em arrecadação de licenciamento, taxas de habilitação e de veículos –, a forma como serão utilizados esses recursos mostra que o órgão que preside não pode ser visto pelas pessoas apenas como um coletor de multas de trânsito, já que essas taxas são responsáveis apenas por 7% da arrecadação total da autarquia.
“O governador Gladson sempre pediu para que o Detran tivesse esse olhar voltado para as pessoas. E após o programa CNH Social, garantida a carteira nacional de habilitação a pessoas de baixa renda, estamos com esse novo ato de muita felicidade, por estarmos agindo diretamente para melhorar a vida das pessoas”, ressalta Taynara.
Pensamento semelhante compartilha João Paulo Silva, presidente da Fundação Hospitalar do Estado do Acre (Fundhacre). Na sua opinião, “o mutirão das cirurgias eletivas entrega o direito de cada pessoa que estava agonizando na fila das cirurgias eletivas por anos”.
“Vivemos hoje um momento de grande agradecimento, primeiramente a Deus e depois ao governo, por estarem proporcionando aos trabalhadores da Saúde este momento tão especial, e, a essas pessoas que passarão pelas cirurgias, o direito a uma vida saudável. Direito que está assegurado após o longo período da maior crise sanitária mundial dos últimos tempos, a pandemia de covid-19”, assevera Silva.
Ele afirma que, além do uso das dependências da Fundhacre, as cirurgias também serão realizadas no anexo do Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre, o Into/AC, onde, na pandemia, foi montado um hospital de campanha para atender vítimas do novo coronavírus.
No lançamento do mutirão nesta terça-feira, o governo do Estado do Acre também renovou o convênio de cooperação com o Laboratório Charles Mérieux, referência em pesquisas sobre hepatites e um dos maiores aliados do estado durante toda a pandemia de covid-19, quando produziu todos os diagnósticos dos exames para o novo coronavírus. Na ocasião, o termo de renovação de convênio foi assinado por Cameli e Pascal Vincelot, diretor de Operações da Fundação Mérieux, com sede em Lyon, na França.
Hemocentro do Acre trabalha em ritmo acelerado por bolsas de sangue
Explica Josiane Amorim, diretora do Hemocentro do Acre, o Hemoacre, que o desafio de reduzir a fila das cirurgias eletivas é grande, mas será perfeitamente possível graças ao empenho de todos e, no Hemoacre, não será diferente.
“Já estamos com as campanhas de buscas de bolsas de sangue nas empresas públicas e privadas e contamos com uma rede de comunicação institucional que tem nos dado um apoio muito grande para conseguir um número maior de pessoas, principalmente doadores nas famílias dos pacientes que passarão pelas cirurgias”, assinala Josiane.
A diretora do Hemocentro orienta as pessoas que queiram colaborar a buscar a instituição. “Agora, todos que estão dispostos a ajudar podem buscar o Hemoacre, que estaremos prontos para captar essas bolsas”, diz.
As coletas também estão sendo feitas nos hemocentros dos municípios de Cruzeiro do Sul e Brasileia. A maior necessidade é pela manutenção do estoque de bolsas de sangue com fator RH negativo, comumente o mais raro.
Governador enaltece trabalho dos servidores e parlamentares: “Não faço nada sozinho”
O governador Gladson Cameli classifica o mutirão das cirurgias como “mais uma missão sendo cumprida e um compromisso com as milhares de pessoas que por tanto tempo esperaram por esse momento”.
“Eu agradeço de coração a cada um dos servidores da Saúde, que por tanto tempo trabalharam arduamente numa pandemia e hoje não abandonaram o seu juramento, que é o de auxiliar as pessoas com problemas de saúde. Depois de tanto tempo de muita dificuldade estão aqui, prontos para mais um desafio”, destaca o governador.
Conforme o governador, a redução da fila das cirurgias será obtida graças ao empenho também da bancada acreana, dos deputados federais e dos senadores que tanto ajudam com recursos destinados a melhorias nos mais diversos setores da administração pública estadual.
“Não faço nada sozinho. Temos toda uma equipe de servidores dedicada, nos bastidores, que fazem as coisas acontecerem. Agora, é preciso também agradecer o empenho de cada um dos nossos deputados federais e senadores, pelo apoio inestimável para que as ações se realizem”, completa Gladson Cameli.
Pacientes relatam a alegria de serem chamados para a cirurgia
O ex-seringueiro Arlindo Miguel Soares, 76 anos, desde 2018 espera por uma cirurgia de próstata. Na segunda-feira, 16, ele recebeu uma mensagem via aplicativo de comunicação pelo celular, informando que seu nome está incluído no mutirão, assim como o de milhares de pacientes que esperam na fila da cirurgia.
“Fiquei feliz demais, porque no momento que a cirurgia seria feita, em 2020, foi quando chegou a covid-19. Daí, fiquei por todo esse tempo sem saber quando faria a operação”. Soares, agora, torce para que os novos exames pré-operatórios não revelem alguma alteração mais significativa. “Na época, em 2018, meu problema não apresentava nada grave, como um câncer, por exemplo. Espero que ainda esteja assim. Se Deus quiser, vai estar”, diz ele.
Aline Mendes, de 38 anos, há quatro espera por um procedimento de reconstrução no abdome por conta de um ferimento a tiro que sofreu. “Eu preciso de uma tela de aderência e de reparação de tecido, para evitar problemas entre os meus órgãos e a parede do músculo do abdome. Com o mutirão, estou muito mais próxima disso, graças a Deus”, comemora.
Alcilene de Freitas, também de 38 anos, será submetida a uma cirurgia de retirada de cálculos na vesícula: “Vivo com intensas crises. No meio da pandemia, descobri que tinha pedra na vesícula, mas não foi possível fazer a cirurgia, porque os médicos do Estado estavam ocupados com os pacientes da covid-19. Quando recebi a mensagem nem acreditei direito. Agora, graças a Deus, isso tudo vai acabar”.