O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre, participou nesta quarta-feira, 7, do seminário “Os desafios do Ministério Público Brasileiro diante do cenário de desinformação sobre vacinação”, em Rio Branco. Palestraram os pesquisadores Natalia Pasternak e Wanderson Oliveira. O evento teve o intuito de fomentar o debate a respeito da disseminação de informações falsas sobre vacinas.
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já listava a hesitação em relação às imunizações entre os dez maiores desafios de saúde pública global, após o número de casos de sarampo triplicar no mundo, em relação a 2018. Segundo a OMS, essa hesitação, fruto da desinformação e compartilhamento das chamadas fake news, ameaça reverter o progresso feito no combate às doenças evitáveis por meio de vacinação.
Durante a pandemia da covid-19, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), definiu como “infodemia”, a pandemia da desinformação.
A palestrante Natália Pasternak, de forma virtual, falou que para combater desinformação é necessário usar a ciência.
“A imunização é forma mais eficiente de controle de infecções e erradicação de patologias. O movimento contrário à vacinação já existe há muito tempo e atualmente se aproveitou do contexto da pandemia para conseguir disseminar mais desinformação sobre vacinas e precisamos informar a população com ciência”, afirmou Natália Pasternak.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Paula Mariano, não é de hoje a desinformação a respeito das vacinas. Desde 2017, enfrenta-se no estado uma queda nos números de vacinações.
“A cobertura vacinal de rotina tem sofrido queda e doenças erradicadas estão voltando. Falar sobre esse tema é importante e pedimos a toda a população que procure se vacinar, atualizando seu calendário vacinal. Agradecemos a parceria do Ministério Público, em aproximar todas as instituições para pontuar sobre o tema”, afirmou Paula Mariano.
Renata Quiles, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Acre, ressalta que o Ministério Público tem sido parceiro desde final de 2018, em todas as ações de vacinação, com várias temáticas trabalhadas, desde a desinformação contra a vacina HPV até a exigência da vacinação em dia para a matrícula escolar.
“Um dos fatores para a baixa vacinação em nosso estado é a desinformação. Precisamos buscar a veracidade dos fatos e esse seminário agrega um time, com os gestores municipais e os promotores de saúde municipais, para entender como se trabalha a vacinação, com o tempo oportuno e entendendo os problemas dos municípios, trabalhando assim estratégias para a ampliação das vacinações”, observou.