A garantia do acesso à cultura foi um desafio do governo de Gladson Cameli, que, por meio dos trabalhos da Fundação Elias Mansour (FEM), empenhou-se para viabilizar a manutenção dos espaços públicos culturais e das ações de incentivo à cultura. Dentro dessa perspectiva, não se pode negar o desafio da gestão durante o período da pandemia, com relação ao apoio aos artistas.
Para efetivar ações nos espaços públicos culturais, foram realizados investimentos na construção, manutenção e reestruturação física desses espaços, atualização dos seus equipamentos e mobiliários permanentes, capacitação de agentes culturais para atuarem nesses locais, além da dinamização e ocupação dos equipamentos públicos com uma programação cultural de fluxo contínuo.
“Fizemos o trabalho de reorganizar a casa, considerando os percalços em decorrência da pandemia. Trabalhamos para garantir não só a manutenção das ações de cultura, mas também viabilizar melhorias e mais oportunidades para os artistas e fazedores de cultura no geral, assim como proporcionar ambientes acolhedores para a população”, enfatiza o presidente da FEM, Manoel Pedro Gomes.
Investimentos
Para a manutenção e apoio das ações culturais, a instituição publicou diversos editais do Fundo de Cultura, Conect Cultura e emergenciais, bem como nas etapas 1 e 2 da Lei Aldir Blanc, que totalizaram mais de R$ 11 milhões, garantindo a difusão e fomento das manifestações artísticas e culturais, além de realizar ações em todo o estado, como a Caravana de Cultura e Humanização, Jamaxi Cultural, Abraço Cultural e iniciativas de fortalecimento da valorização do patrimônio histórico e cultural. Também foi investido na articulação institucional com os secretários municipais de cultura, de forma constante, e na efetivação da Comissão Intergestores Bipartite.
Reformas
Para garantir a preservação e manutenção dos espaços, foram investidos mais de R$ 10 milhões na reforma das biblioteca públicas de Rio Branco e de Tarauacá, do Teatro dos Náuas, em Cruzeiro do Sul; do Centro de Cultura Cordelia Lima, em Cruzeiro do Sul, da Concha Acústica, da sede de da Fundação de Cultura Elias Mansour e Galeria Juvenal Antunes, do Complexo Cultural Cine Teatro Recreio, bem como da modernização do espaço público Usina de Arte João Donato, todos na capital acreana.
Estão em execução orçamentária as obras do Casarão, Memorial José Augusto e Teatro José de Alencar, Casa dos Povos da Floresta, adequação de acessibilidade e restruturação da Sociedade Recreativa Tentamen, além da reforma e ampliação do Museu dos Povos do Acre, em Rio Branco.
Atendimentos
De 2019 a 2021, a FEM recebeu 153 mil 524 pessoas nos seus espaços culturais, mesmo executando suas atividades no formato virtual durante dois anos, durante o período pandêmico. A manutenção, dinamização e reabertura dos espaços culturais ocorreram de forma gradual, conforme a deliberação dos decretos governamentais.
Alguns desses espaços que recebem diariamente centenas de pessoas e possuem diversas programações são a Biblioteca Pública Adonay Barbosa e a Biblioteca Maestro Sandoval, ambas em Rio Branco.
Para os interessados em conhecer mais da história do estado acreano, o Museu da Borracha, também na capital, funciona de segunda a sexta-feira.
Outro local importante para a manutenção das culturas tradicionais é o Espaço Kaxinawá, que vem realizando diversas atividades, como o tradicional Forró do Senadinho, capacitações e festivais dos povos tradicionais. O local é aberto ao público e funciona de acordo com a agenda do dia.
Serviços
Para garantir uma centralização de todas as informações da instituição, foi implantado o Portal da FEM, site onde os usuários podem tirar dúvidas, acessar editais e conhecer os projetos desenvolvidos. Na área de formação, cursos nas diferentes manifestações artísticas foram realizados na Usina de Artes João Donato, além de peças teatrais, danças, espetáculos musicais, shows e palestras.
Quanto às ações específicas das divisões da FEM, pode-se citar:
Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural
A divisão possui um projeto prioritário do Plano Plurianual conectado ao subprograma de fomento à pesquisa, à proteção e à preservação do patrimônio histórico e cultural do estado, intitulado “Articulação para fortalecimento, reconhecimento e valorização do patrimônio histórico e cultural do Acre”, que objetiva sensibilizar os gestores municipais de cultura e áreas afins sobre a importância de investir no patrimônio cultural como um vetor de promoção social, por meio da implantação de legislação específica e ações educativas sistemáticas e lúdicas que atinjam a compreensão social em todos os municípios acreanos.
Em 2022, foram capacitados os gestores dos municípios de difícil acesso, como Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, totalizando 84 gestores instruídos em três cidades, com carga horária de 36 horas, 74 bens culturais elencados e 22 bens culturais visitados.
O projeto foi iniciado em julho de 2021 e finalizado em abril deste ano. No período de nove meses, foram visitados 17 municípios em todas as regionais do estado. Quanto aos indicadores culturais da atividade, lista-se no total: 340 gestores municipais capacitados, 224 horas de oficinas, 1.745 imagens de registro fotográfico, 520 bens culturais elencados, 109 bens culturais visitados, 267 matérias veiculadas (estaduais e nacionais) e 55 encaminhamentos pactuados. O projeto deverá retornar e ser finalizado como meta do Plano Plurianual em 2023 em Capixaba, Rio Branco, Jordão, Plácido de Castro e Acrelândia.
A divisão realizou, ainda, o inventário das 279 obras de arte pertencentes ao Acervo da Pinacoteca. Além disso, foi durante o governo Gladson Cameli que se registrou, via decreto, o modo de fazer farinha de Cruzeiro do Sul, tornando-se um feito histórico, sendo o primeiro bem imaterial registrado no Acre. A salvaguarda garante a vigência do bem cultural como fruto da comunidade em que o produto é feito, deixando clara a origem e a identidade cultural para a memória e história de seu povo
Divisão de Apoio às Artes
A Divisão de Apoio às Artes (Dartes) realizou em 2022 diversas parcerias referentes à produção de eventos, prioritariamente em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, além de apoio aos grupos artísticos, sendo ofertados os serviços de apresentações artísticas e locação de tendas, sonorização, iluminação, telão, gerador de energia, hospedagem, veículos e banheiros químicos.
Entre os principais eventos que tiveram a coparticipação da divisão, estão a Semana da Diversidade, a Parada Gay, a ação do Dia das Crianças na Cidade do Povo, a realização do Zona Nerd – especial de Halloween, evento destinado a pessoas que se interessam por computadores e pesquisam sobre assuntos específicos, e a realização da Semana do Servidor.
Além da colaboração em produção de eventos, a divisão realizou atividades planejadas para 2022.
Abraço Cultural
Foi um dos projetos prioritários do Plano Plurianual da FEM, ligado ao subprograma Conecta Cultura, desenvolvendo atividades voltadas à produção, formação, promoção, preservação, valorização, difusão e intercâmbio nas áreas de arte, patrimônio cultural e socioambiental, livro e leitura.
O projeto foi iniciado em 2021 e percorreu, nesse ano, as regionais do Juruá e Tarauacá-Envira com muita música, dança, teatro e poesia. Em 2022 foi realizada a etapa da regional Alto Acre, com a realização de shows musicais, contação de histórias, cinema, dança, teatro e rodas de conversa, atividades realizadas por artistas locais, a fim de oportunizar e incentivar a cultura da região.
Arraial Cultural 2022
Com o mote É a Festa do Povo Começando de Novo, foi realizado no Calçadão da Gameleira, em Rio Branco, dos dias 12 a 17 de julho, com uma média diária de oito mil pessoas, totalizando aproximadamente 48 mil pessoas ao longo das seis noites de festa.
Sobre a geração de emprego e economia criativa durante a ação, foram possibilitados os seguintes indicadores:
– Barracas, ambulantes e brinquedos: 50 barraqueiros, 30 ambulantes e 20 brinquedos, com uma arrecadação média diária de R$ 70 mil reais, gerando aproximadamente R$ 420 mil reais na soma de todos os dias;
– Quadrilhas juninas: realização do Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas, com oito quadrilhas de Rio Branco e quatro do interior (Sena Madureira, Bujari, Plácido de Castro e Porto Acre). Foram pagos R$ 104 mil, entre prêmios e participações;
– Bandas locais: foram contratadas 35 bandas musicais da região, gerando renda de R$ 70 mil para todas as apresentações;
– Postos de trabalho: durante as seis noites do evento, foram contratados 38 profissionais, gerando renda de R$ 34 mil.
Canal com Cultura
O projeto Canal com Cultura, idealizado pela Fundação Elias Mansour (FEM), em parceria com as demais secretarias de Estado, promoveu em suas atividades de 2022 uma vasta programação cultural, iniciada na abertura dos jogos do Brasil durante a realização da Copa do Mundo. A Concha Acústica de Rio Branco foi palco de vários artistas acreanos, contemplando diversos estilos musicais.
O governo do Acre, que tem por objetivo incentivar a ocupação do Parque da Maternidade e promover, aos domingos, uma variada programação de cultura a toda a população de Rio Branco, realizou um trabalho de reestruturação e melhorias para que os pontos turísticos do parque possam ser melhor utilizados, promovendo ações de cultura, turismo e lazer.
A ação envolve as demais secretarias de Estado, em especial a de Empreendedorismo e Turismo (Seet), que levou ações da Economia Solidária, garantindo a disponibilidade de alimentos, bebidas, artesanatos e demais produtos vendidos pelos empreendedores. Uma importante participação foi a do Coletivo Elas Fazem Acontecer, grupo de mulheres empreendedoras de vários segmentos, como de alimentação e vestuário, que também esteve presente durante toda a programação.
Feiras agropecuárias
Durante a Expoacre 2022, a FEM montou o Palco Alternativo e o Palco Cultural, em que foram realizadas apresentações de bandas de música e grupos de dança locais. Ao todo, foram contratados 55 grupos e bandas de música e dança, gerando renda de R$ 110 mil para todas as apresentações.
Seguindo a mesma dinâmica, a Expoacre Juruá 2022 teve o Palco Principal e o Palco Alternativo, com apresentações de bandas de música e grupos de dança locais, em que foram contratados 48 grupos e bandas de música e dança, gerando renda de R$ 96 mil reais para todas as apresentações.