O recomeço e a lida com a sombra do passado são desafios para indivíduos que quebram regras de convívio social em algum momento de suas vidas. Nesta matéria da Agência de Notícias do Acre, conheça histórias de superação e o modelo de gestão que prima pelo reingresso do preso ao bom convívio na sociedade.
O contato com a terra desenvolveu habilidades imprescindíveis para Francisco da Silva Correia cultivar verduras e cuidar do crescimento da horta que fica ao fundo do prédio da Penitenciária Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul. O detento de 47 anos é o responsável por coordenar a equipe que gera crescimento à produção de hortaliças na unidade. “Há três anos e seis meses aprendo, trabalho e ensino neste local”, expôs.
Os esforços de seu Francisco já garantiram anos de redução de pena. Para ele, o momento é a oportunidade de mudar o curso de sua história. “Continuarei empenhado, pois quero sair daqui de cabeça erguida e, lá fora, ganhar a vida com a venda de verduras”, declarou.
A remição de pena também é motivo de entusiasmo para Ilson Silva da Costa. O benefício foi possível graças ao trabalho que ele exerce há sete meses na produção de farinha, que é outra atividade oferecida pela penitenciária de Cruzeiro do Sul. “O bom comportamento e o trabalho feito com dedicação nos ajuda. Aguardo ansioso pela minha liberdade, pois será o momento de cuidar de mim e da minha família”, pontuou.
O modelo de gestão da unidade oferta, também, oficinas de pocilga e marcenaria. Cerca de cem reeducandos participam das atividades.
Elvis Barros, diretor da unidade prisional de Cruzeiro do Sul, falou do instrumento que aproxima o detento da liberdade e garante seu retorno ao convívio social de maneira equilibrada.
“Outro fruto da iniciativa é o retorno financeiro, usado na manutenção de atividades diárias da unidade. Além disso, é uma forma do Estado proporcionar dignidade e tratamento humanizado ao preso”, ratificou o diretor.