O governo do Acre, por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), órgão ligado à Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), informa que a previsão é de mais chuva para todo o estado.
O Cigma é a ferramenta oficial do Estado que quantifica os dados com suporte de ferramentas geoespaciais e oferece informações para direcionar e nortear estratégias de governo no caso de eventos naturais.
Segundo as prospecções, há um aviso de perigo potencial com um grande volume de chuvas e a previsão do tempo aponta que a sexta-feira, 24, vai ser com grandes acumulados. A previsão é de mais chuva para o fim de semana.
Em apenas 24 horas, choveu mais de 180 milímetros na capital acreana, e nas cabeceiras dos rios que cortam o estado a quantidade de chuva que caiu também foi grande, de acordo com os dados. Em Brasileia, por exemplo, choveu mais de 80 milímetros e em Porto Walter mais de 70 milímetros.
O Rio Acre, na capital, na medição das 9h desta sexta, 24, atingiu os 15,98m e ultrapassou a cota de transbordamento (14m). A previsão é que chova mais 100 milímetros no estado até o fim de semana.
O comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, informou que o Rio Acre, na capital, subiu mais de 6 metros em apenas 24 horas e que essa grande quantidade de chuva foi um evento atípico em relação às últimas previsões oficiais.
“A cabeceira do rio continua subindo, principalmente na Aldeia dos Patos, em Assis Brasil. A tendência é que o rio na capital continue subindo. Todo o sistema de Defesa Civil Estadual está dando apoio, e a situação é de emergência. A quantidade de chuvas que caiu foi além do que estava previsto. Choveu mais de 180 milímetros nas últimas 24 horas. A situação crítica é na capital”, afirmou.
O coronel disse, ainda, que o governador Gladson Cameli determinou que a Defesa Civil Estadual dê suporte e apoio às coordenadorias no interior, Defesa Civil Municipal e Prefeitura de Rio Branco.
“Estamos monitorando. No interior, nas cabeceiras, o Rio Juruá subiu bastante, foram três metros nas últimas 24 horas e a Defesa Civil Estadual já repassou informes para que a população fique em alerta”, acrescentou.
O comandante ressaltou que todo o efetivo do governo do Estado está dando suporte e apoio: “A Secretaria de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, a Secretaria de Saúde, o sistema de Segurança Pública, a parte de Infraestrutura e nós, da Defesa Civil, estamos de prontidão, além de outros órgãos”.
O coronel Charles Santos, comandante do Corpo de Bombeiros do Acre, disse que todas as equipes estão em campo para atender às demandas e, principalmente, as famílias atingidas direta ou indiretamente pela cheia.
“Montamos um posto de comando no 1º Batalhão de Educação, Proteção Ambiental e Combate a Incêndio de Rio Branco (1° BEPCIF) para coordenar as operações, e um posto de comando na Rua Valdomiro Lopes, pela Defesa Civil Municipal, para triagem e realização dos atendimentos. Temos ainda, no quartel, uma base formada para coordenar as ações. Todas as nossas equipes estão em campo e de prontidão, afirmou.
Estrutura montada
Ao todo, transbordaram 7 igarapés em Rio Branco: Almoço, Judia, São Francisco, Dias Martins, Batista, Fundo e Liberdade.
Na capital acreana, 36 bairros foram atingidos pelos transbordamentos. Ao todo, mais de 22 mil pessoas foram afetadas, totalizando 5.500 famílias.
A Defesa Civil montou 6 abrigos nas escolas: Oscar Felício de Souza, localizada no quilômetro 12 da BR-364, na Vila Albert Sampaio; Álvaro Vieira da Rocha, na Conquista; Francisca Aragão, no Geraldo Fleming; Professora Ilka Maria de Lima, no Mocinha Magalhães; Alcimar Nunes Leitão, no Universitário; e João Paulo II, na Sobral.
As ações de contingência estão sendo realizadas por 15 secretarias, contando com 150 servidores, 16 militares da Defesa Civil e 230 bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBM/AC).
Em caso de emergência ligue 193
Para solicitar atendimento em decorrência das chuvas, basta entrar em contato com o Centro Integrado de Operações Públicas (Ciosp), por meio do 193. Já são mais de 110 chamadas somente em Rio Branco, sem contabilizar os municípios no entorno da capital.