As cidades acreanas de Brasileia e Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia, sofrem com mais uma enchente do Rio Acre. Nesta terça-feira, 28, às 14h, o nível das águas registrava 13,53 metros de profundidade, de acordo com Defesa Civil Estadual.
A situação é mais grave em Brasileia, com mais de nove mil pessoas de oito bairros afetadas pelo transbordamento. Toda a área central do município está inundada.
O governador Gladson Cameli, a vice-governadora Mailza e vários secretários de Estado estiveram na região para acompanhar de perto a situação e confirmar o apoio do Poder Executivo para a população prejudicada pela enchente.
As autoridades acompanharam os trabalhos da sala de situação mantida pela Prefeitura de Brasileia, fizeram um sobrevoo de helicóptero nos bairros afetados e dentro de embarcações percorreram áreas que estão debaixo d’água na cidade.
Uma das medidas do governo foi a assinatura de convênios, por meio do Departamento de Estradas de Rodagens do Acre (Deracre), no valor de R$ 1 milhão, com as prefeituras de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri para a execução de serviços de limpeza e retirada de entulhos nas comunidades alagadas pelo rio.
“Não podemos perder tempo. O governo do Estado e as prefeituras estão de mãos dadas neste momento tão difícil para o nosso povo, que tanto precisa da nossa ajuda nestes últimos dias. Juntos, vamos superar essa situação”, declarou Gladson Cameli.
A vice-governadora Mailza também defendeu a parceria entre as instituições. “A união é a nossa maior força neste momento. É desta forma que daremos a melhor resposta para ajudar a nossa população a superar este momento tão difícil”, enfatizou.
Fernanda Hassem aproveitou para agradecer a ajuda prestada pelo governo acreano. “A sensação que temos é de não estarmos sozinhos neste momento. Atravessamos um período difícil em nossa cidade, mas acreditamos muito na união dos poderes e é isso que estamos vendo nesta alagação”, argumentou.
Outras ações de apoio do Estado à população de Brasileia e Epitaciolândia
Cerca de 15 órgãos do governo acreano e outras instituições estão diretamente envolvidos no socorro aos moradores. A principal delas é a remoção de família das áreas alagadas para lugares seguros. O trabalho é realizado pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, em parceria com as prefeituras locais.
“Temos mais de 50 militares envolvidos diretamente nesta ação. Enquanto uma família estiver precisando da nossa ajuda, estaremos prontos para dar a nossa mão amiga”, observou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Charles Santos.
O Estado disponibilizou prédios públicos para receber as famílias desabrigadas. Um destes espaços é a Escola Estadual Kairala José Kairala. Mais de 100 pessoas estão no local, entre ela a dona de casa Graciele Souza e os filhos Luís Felipe e Ana Vitória.
“Moro no bairro Leonardo Barbosa e esta é a terceira vez que passo por isso. Graças a Deus, não perdi nada. Aqui na escola, estamos recebendo alimentação e todo apoio”, disse.
Paula Bezerra também teve a casa tomada pelas águas na comunidade Samaúma II. “Não é fácil a nossa situação, mas aqui no abrigo a gente não tem do que reclamar. Espero que o rio não demore muito a baixar”, relatou.
Ônibus da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE) fazem o transporte nas ruas alagadas de servidores que trabalham nos órgãos públicos essências nas duas cidades.
O governo realizou a entrega de cestas básicas, produtos de limpeza e higiene pessoal, cobertores e colchões aos quatro municípios da regional do Alto Acre. “São mais de R$ 115 mil em itens de primeira necessidade para distribuir a quem mais precisa. Nos próximos dias, estaremos enviando mais ajuda do Estado”, explicou Lauro Santos, secretário de Assistência Social e Direitos Humanos.