Buscando fortalecer o atendimento médico especializado e descentralizar ações de saúde em todo o estado, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), vem, ao longo dos anos, realizando mutirões de consultas nas localidades mais remotas do seu território.
Em formato inédito no país, provendo às comunidades uma estrutura completa, com médicos especialistas, exames e outros procedimentos, o governo lançou, em 2023, o Saúde Itinerante Indígena.
As atividades são realizadas em parceria com as prefeituras dos municípios e os distritos sanitários especiais indígenas (Dseis). O objetivo é acolher essas populações com serviços de saúde especializados e de alta complexidade, respeitando as particularidades e necessidades de alguns dos povos tradicionais da floresta.
De acordo com o secretário de Saúde, Pedro Pascoal, a promoção de serviços destinados aos povos indígenas cumpre pautas apresentadas pelo governo federal. “Estamos atendendo e aderindo à Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas”, disse.
Regional do Juruá
De maneira estratégica, as primeiras ações foram realizadas na Regional do Juruá com mais de 2,5 mil atendimentos. A região concentra 14 das 16 etnias indígenas existentes no Acre, com um contingente de aproximadamente 20 mil pessoas.
“Entre os atendimentos estão as consultas em ginecologia e obstetrícia, pediatria, infectologia, gastroenterologista e clínica-geral. São realizados, ainda, exames de ultrassonografia, endoscopia, preventivo do colo de útero, atendimento odontológico, testes rápidos e vacinação, entre outros procedimentos”, informou Bruna Felix, do Núcleo de Atenção à Saúde de Populações Prioritárias e Vulneráveis da Sesacre.
A primeira edição do programa, realizada em março, em Cruzeiro do Sul, beneficiou também indígenas dos municípios de Rodrigues Alves e Mâncio Lima, com 1.191 atendimentos. De acordo com os organizadores, o balanço das ações apresentou um percentual de 93% de resolutividade.
Em junho, o munícipio de Marechal Thaumaturgo sediou a segunda edição do programa, atendendo, ainda, pacientes de Porto Walter. Foram mais de 300 indígenas beneficiados e 1.351 ações de saúde, sendo 94% dos casos resolvidos in loco.