Por João Auricélio Silva*
O janeiro Branco é uma campanha nascida no Brasil, com o objetivo de falar abertamente sobre a Saúde Mental. Ela tem mostrado que a prevenção, detecção e tratamento das questões ligadas à saúde mental devem ser encarados com absoluta naturalidade, como pilares do equilíbrio que todos precisamos ter – mas que, infelizmente, cada vez mais pessoas têm dificuldade de encontrar.
O Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra a piora dos transtornos mentais em todo o mundo, com aumento de mais de 25% nos novos casos de depressão e ansiedade em comparação ao levantamento anterior.
Em 2019 a OMS já estimava que quase 1 bilhão de pessoas no mundo viviam com algum tipo de transtorno, sendo que a ansiedade representava 31% dos casos e a depressão, 28,9%. A entidade destaca, inclusive, que 14% dos adolescentes do mundo sofrem de algum transtorno mental.
E, de forma muito preocupante, a Organização Pan-Americana da Saúde indica que cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano, sendo 58% desses por pessoas com menos de 50 anos de idade.
Destacar a importância de acolhimento e cuidado estão entre os objetivos do Janeiro Branco. Existem tratamentos eficazes para vários transtornos, mas, infelizmente, menos da metade das pessoas afetadas têm acesso a eles – em boa parte devido ao estigma social associado aos transtornos mentais.
A Psicoterapia e atividades de autocuidado são ferramentas valiosas entre os tratamentos disponíveis. Se você se identifica ou conhece alguém que está lidando com algum tipo de problema psicológico, é muito importante buscar a ajuda de um profissional.
O Janeiro Branco é um convite para termos um olhar mais atento, que permita identificar, acolher e encaminhar quem precisa de apoio. Acabar com os estigmas e favorecer o acesso ao tratamento são cuidados que, sem dúvida, todos merecemos dar e receber – não só em Janeiro, mas nos 365 dias do ano.
*João Auricélio Silva é doutor em Psicologia Social pela Universidade Kennedy, de Buenos Aires, mestre em Administração pela Univali/U:verse. É licenciado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Pesquisas e Projetos da Uece (1999), psicólogo pela Faculdade da Amazônia Ocidental (2010), professor da Faculdade da Amazônia Ocidental (Faao) e especialista em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Fiocruz). É especialista em Terapia Familiar, coordenador da Clínica-Escola de Psicologia- Cepsi/U:verse, coordenador do Núcleo de Apoio Psicopedagógico e de Inclusão (Nappi), e professor orientador do curso de psicologia da U:verse. Também empresário, proprietário da Clínica Fortalecer e membro do I Grupo de Estudos em Gestaltterapia do Acre