O governo do Acre vem realizando um trabalho ininterrupto para prestar assistência aos afetados pelas cheias dos rios e igarapés do estado.
O governador Gladson Cameli declarou situação de emergência em mais duas cidades devido à cheia dos rios. Agora, o decreto nº 11.421 abrange Manoel Urbano e Rodrigues Alves.
No dia 25 de fevereiro, dos 22 municípios acreanos, a emergência foi decretada em 17, e agora o número sobre para 19 . O decreto é válido por 180 dias e as localidades que estão em situação de emergência são Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá, Xapuri, Manoel Urbano e Rodrigues Alves.
Na noite do último domingo, 3, o Rio Acre chegou a 17,68m na capital, já registrando a terceira maior enchente desde 1971, quando o manancial começou a ser monitorado.
O Rio Acre continua acima da cota de transbordo e na manhã desta segunda-feira, 4 de março, chegou a 17,75 metros, na capital, fazendo desta a segunda maior enchente, ultrapassando o nível registrado em 3 de abril de 2023, quando a medição da régua marcou 17,72.
O maior desafio na grande ação humanitária coordenada pelo governo estadual, com o apoio das gestões municipais, empresas privadas, bancada federal e União, é a logística para a entrega de donativos às comunidades mais distantes, os municípios isolados, que só têm acesso por via aérea ou fluvial.
Dando continuidade às ações de suporte às vítimas da cheia dos rios no Acre, uma equipe da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) chegou no sábado, 2, em Porto Walter, com fardos de água, cestas básicas e roupas para doação.
Com base nos dados de ocorrências disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), nas 13 cidades em que a situação está mais crítica, há 91 abrigos públicos atendendo 9.516 pessoas desabrigadas. Ainda há 16.933 pessoas desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Além disso, em Cruzeiro do Sul, 12 mil pessoas foram atingidas pela cheia do Rio Juruá.
Veja os números por cidade
Rio Branco
Pessoas desabrigadas: 1.959
Pessoas desalojadas: 1.516
Nº de bairros atingidos: 47
Abrigos: 13
Plácido de Castro (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 232
Pessoas desalojadas: 1.500
Nº de bairros atingidos: 13
Abrigos: 2
Xapuri (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 210
Pessoas desalojadas: 563
Nº de bairros atingidos: 7
Abrigos: 7
Tarauacá (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 486
Pessoas desalojadas: 2.500
Nº de bairros atingidos: 5
Abrigos: 5
Assis Brasil (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 340
Pessoas desalojadas: 125
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 4
Jordão (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 1.706
Pessoas desalojadas: 2.061
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 7
Sena Madureira
Pessoas desabrigadas: 462
Pessoas desalojadas: 274
Nº de bairros atingidos: 14
Abrigos: 10
Epitaciolândia (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 1.754
Pessoas desalojadas: 2.150
Nº de bairros atingidos: 6
Abrigos: 11
Santa Rosa do Purus
Pessoas desabrigadas: 521
Pessoas desalojadas: 1.816
Nº de bairros atingidos: 2
Abrigos: 6
Brasileia (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 1.276
Pessoas desalojadas: 2.220
Nº de bairros atingidos: 12
Abrigos: 16
Marechal Thaumaturgo (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 192
Pessoas desalojadas: 2.110
Nº de bairros atingidos: 3
Comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas atingidas: 119
Abrigos: 5
Manuel Urbano
Pessoas desabrigadas: 321
Pessoas desalojadas: 31
Nº de bairros atingidos: 2
Abrigos: 3
Feijó
Pessoas desabrigadas: 57
Pessoas desalojadas: 67
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 2
Segurança do Estado orienta atingidos pela enchente
Em todo o Acre, dois números telefônicos garantem contato direto dos atingidos pela enchente com as autoridades estaduais. São 190, da Polícia Militar, e o 193, do Corpo de Bombeiros.
Por meio dos canais controlados pelo Centro integrado de Comando e Controle Estadual (Cicce), a população pode fazer registros de ocorrência e solicitar atendimentos de urgência e emergência.
Há um efetivo empenhado (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias de Estado) para atender as famílias necessitadas.
Obs: Os números podem sofrer alterações de acordo com o horário de divulgação deste boletim.
Confira o relatório direto no site do Corpo de Bombeiros.
Previsão para segunda-feira, 4 de março
O Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), baseado em dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), informa que a semana começa sem muitas mudanças no tempo em todo o Acre. O fluxo de umidade continua ativo sobre o sul da Amazônia, mantendo o tempo instável na região.
Para esta segunda-feira, 4, a previsão é de sol entre muitas nuvens em todo o Acre. Entre a tarde e a noite ocorrem pancadas de chuva com trovoadas em todas as regiões do estado.
Todos os dados são concentrados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio do Cigma, onde funciona a sala de situação e monitoramento ambiental.
Cuidados com a rede elétrica
Para prevenir acidentes, a concessionária de energia elétrica Energisa orienta os clientes afetados pela cheia a não tentar consertar eventual falta de energia. Se a casa for atingida pela água da enchente, deve-se deligar o disjuntor de energia (chave-geral).
A empresa atua sempre em parceria com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, para avaliar ou realizar o desligamento da energia por motivo de segurança das equipes que estão atuando no resgate das famílias atingidas pelas águas.
A Energisa reforça que, ao identificar algum perigo com a rede elétrica, o cliente deve entrar em contato pelos canais de atendimento: aplicativo Energisa ON, Gisa (www.gisa.energisa.com.br) ou call center 0800-647-7196.