O governo do Estado montou um centro de distribuição da campanha Juntos pelo Acre, no espaço O Casarão, em Rio Branco, para entregar cestas básicas às famílias atingidas pela cheia do Rio Acre. O governador Gladson Cameli acompanhou a ação nesta quinta-feira, 7, no espaço localizado no centro da capital, onde servidores realizam o cadastro e entregam os insumos, das 8h às 13h.
Em Rio Branco, após atingir a segunda maior cota histórica 17,89 metros, o Rio Acre começou a apresentar sinais de vazante. Na medição das 18h de quinta-feira, 7, o manancial registrou 17,50 metros.
Apesar de apresentar sinais de vazante o Rio Acre continua acima da cota de transbordo e na manhã desta sexta-feira, 8 de março, chegou a 17,18 metros, na capital.
No Vale do Juruá, certa de 60 mil habitantes foram atingidas pela elevação dos rios Envira, Muru, Tarauacá e Juruá. Os dados são levantados pela Defesa Civil dos municípios de Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Rodrigues Alves e pelo Corpo de Bombeiros Militar. Para socorrer as vítimas das cheias o Estado, municípios e governo federal unem esforços.
Os municípios de Santa Rosa do Purus e Jordão receberam, do governo do Estado, kits de insumos e medicamentos recebidos do Ministério da Saúde (MS) e equipamentos hospitalares. Além disso, em Santa Rosa, uma visita técnica foi realizada ao Hospital da Família para garantir a preparação da unidade para atender ribeirinhos e indígenas da região.
A unidade de saúde de Jordão recebeu cadeira de rodas, seladora, fogão industrial, prateleiras, nebulizador e material médico hospitalar, além do kit enviado pelo Ministério da Saúde.
Atualização das bacias acreanas
Com base na atualização do nível dos rios do Acre das 18h de quinta-feira, 7, na Bacia do Rio Acre o nível do rio está abaixo da cota de transbordamento nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba. Ainda na Bacia do Rio Acre, atualmente os municípios de Rio Branco e Porto Acre, apesar de já apresentarem sinal de vazante, ainda estão em cota de transbordamento.
Na Bacia do Purus, Sena Madureira está em cota de transbordamento e Manoel Urbano encontra-se em cota de alerta. Já na Bacia do Juruá os municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Walter encontram-se em cota de transbordamento.
No município de Plácido de Castro o Rio Abunã encontra-se em cota de alerta. Já na Bacia Taraucá-Envirá o nível do rio está abaixo da conta de transbordamento.
Você acompanha o nível dos rios do Acre nas redes socias do Governo do Acre e da Sema.
Pessoas atingidas pela cheia dos rios
Com base nos dados de ocorrências disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) nas 14 cidades mais críticas, há 110 abrigos públicos atendendo 10.410 pessoas desabrigadas. Ainda há 18.542 pessoas desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Além disso, em Cruzeiro do Sul, 19.694 pessoas foram atingidas pela cheia do Rio Juruá.
Veja os números por cidade:
Rio Branco
Pessoas desabrigadas: 2.182
Pessoas desalojadas: 1.893
Nº de bairros atingidos: 51
Abrigos: 13
Plácido de Castro (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 232
Pessoas desalojadas: 1.500
Nº de bairros atingidos: 13
Abrigos: 2
Xapuri (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 210
Pessoas desalojadas: 563
Nº de bairros atingidos: 7
Abrigos: 7
Tarauacá (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 486
Pessoas desalojadas: 2.500
Nº de bairros atingidos: 7
Abrigos: 5
Assis Brasil (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 340
Pessoas desalojadas: 125
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 4
Jordão (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 1.706
Pessoas desalojadas: 2.061
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 7
Sena Madureira (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 603
Pessoas desalojadas: 370
Nº de bairros atingidos: 15
Abrigos: 12
Epitaciolândia (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 1.754
Pessoas desalojadas: 2.150
Nº de bairros atingidos: 6
Abrigos: 11
Santa Rosa do Purus (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 521
Pessoas desalojadas: 1816
Nº de bairros atingidos: 2
Abrigos: 6
Brasileia (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 1.276
Pessoas desalojadas: 2.220
Nº de bairros atingidos: 12
Abrigos: 16
Marechal Thaumaturgo (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 192
Pessoas desalojadas: 2.110
Nº de bairros atingidos: 3
Comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas atingidas: 119
Abrigos: 5
Manoel Urbano
Pessoas desabrigadas: 696
Pessoas desalojadas: 236
Nº de bairros atingidos: 2
Abrigos: 4
Feijó (sem atualização)
Pessoas desabrigadas: 57
Pessoas desalojadas: 78
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 2
Porto Walter
Pessoas desabrigadas: 155
Pessoas desalojadas: 920
Nº de bairros atingidos: 5
Abrigos: 8
Segurança do Estado orienta atingidos pela enchente
Em todo o Acre, dois números telefônicos garantem contato direto dos atingidos pela enchente com as autoridades estaduais. São 190, da Polícia Militar, e o 193, do Corpo de Bombeiros.
Por meio dos canais controlados pelo Centro integrado de Comando e Controle Estadual (Cicce), a população pode fazer registros de ocorrência e solicitar atendimentos de urgência e emergência.
Há um efetivo empenhado (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias de Estado) para atender as famílias necessitadas.
Obs: Os números podem sofrer alterações de acordo com o horário de divulgação deste boletim.
Confira o relatório direto no site do Corpo de Bombeiros.
Previsão para sexta-feira, 8 de março
Segundo o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), baseado em dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), um fenômeno meteorológico conhecido como Alta da Bolívia, que atua em altos níveis da atmosfera a 12 Km de altitude, segue ativo no sul da Amazônia e favorece a organização de áreas de instabilidade na região, inclusive sobre o Acre.
Para esta sexta-feira, 8, a previsão é de céu nublado a encoberto com chuva a qualquer hora do dia nas cidades do oeste acreano. Já na capital e demais regiões do estado a previsão é de sol entre muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas entre a tarde e à noite. Há possibilidade de temporais em todo o estado.
Todos os dados são concentrados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) por meio do Cigma, onde funciona a sala de situações e monitoramento ambiental.
Cuidado com a rede elétrica
Para prevenir acidentes, a concessionária de energia elétrica Energisa orienta aos clientes afetados pela cheia a não tentar consertar eventual falta de energia. Se a casa for atingida pela água da enchente, desligue o disjuntor de energia (chave geral).
A empresa atua sempre em parceria com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros para avaliar ou realizar o desligamento da energia por motivo de segurança das equipes que estão atuando no resgate das famílias atingidas pelas águas.
A Energisa reforça que, ao identificar algum perigo com a rede elétrica, o cliente deve entrar em contato pelos canais de atendimento: aplicativo Energisa ON, Gisa (www.gisa.energisa.com.br) e call center 0800-647-7196.