Com a mudança dos itens da cesta básica nacional, que passaram a contar com produtos in natura ou minimamente processados, o setor agrícola do Acre poderá investir em aumento da produção, já que pequenos produtores serão beneficiados com a medida que garante mais saúde e qualidade na alimentação da população. O decreto nº 11.936 foi publicado no Diário Oficial da União na última semana, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O objetivo é garantir mais qualidade de vida e geração de renda a pequenos produtores, além de proteger o meio ambiente. A nova composição da cesta básica contará com alimentos de dez grupos diferentes: feijões (leguminosas), cereais, raízes e tubérculos, legumes e verduras, frutas, castanhas e nozes (oleaginosas), carnes e ovos, leites e queijos, açúcares, sal, óleo e gorduras, café, chá, mate e especiarias.
De acordo com o secretário de Agricultura do Acre, José Luis Tchê, a inclusão dos novos produtos vai promover a redução de alimentos processados de forma excepcional: “A medida é fundamental para promover uma alimentação saudável e valorizar a agricultura familiar. Isso é extremamente importante, uma medida que não apenas beneficia a saúde da população, mas também representa a oportunidade de impulsionar a produção local e dar um destaque a produtos típicos da nossa região”.
Os critérios adotados para a escolha dos novos produtos levaram em conta os benefícios à saúde, a sustentabilidade, o respeito à sazonalidade, à cultura e às tradições locais, a produção de alimentos orgânicos e agroecológicos da agricultura familiar e da sociobiodiversidade. O decreto também destaca as diretrizes do Guia Alimentar para a População Brasileira e do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
A publicação ainda recomenda que os estados, os municípios e o Distrito Federal utilizem as diretrizes e regras para orientar suas ações relacionadas à alimentação saudável e à segurança alimentar.
“A diversificação da cesta básica com esses produtos regionais com certeza vai contribuir para o desenvolvimento econômico e cultural do nosso estado, além de incentivar a preservação de tradições e consumo de alimentos frescos e de qualidade. Quem ganha com tudo isso é a nossa população e a nossa economia vai melhorar muito”, destacou Tchê.
A nutricionista Anna Tagliarini explicou a importância dos novos alimentos para a saúde. “Evidências científicas apontam que a ingestão de ultraprocessados aumentam a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão e diversos tipos de câncer. Por isso, com a nova cesta básica será possível manter uma dieta balanceada com ingestão de frutas e legumes, alimentos são a base para ter uma vida saudável”, reforçou.