[vc_row full_width=”” parallax=”” parallax_image=””][vc_column width=”1/1″][vc_column_text]
“Ninguém vai dizer para um paciente com obesidade mórbida que ele precisa fazer uma cirurgia bariátrica. O procedimento é uma das alternativas apresentadas e só ele pode optar por isso”, explica Maria das Graças dos Santos. A psicóloga é a atual coordenadora do Programa Obesidade – Qualidade de Vida, ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Acre, que oferece atividades específicas para pessoas interessadas em perder peso, inclusive a cirurgia bariátrica, a famosa redução do estômago, última e mais radical etapa na luta contra a obesidade.
Junto ao auditório do Hospital das Clínicas, fica a pequena sala da coordenação do Programa Obesidade. As dimensões do espaço físico não retratam as proporções dos resultados obtidos. Hoje, 1.200 pessoas fazem parte das ações para perda de peso. E embora grande parte desse público seja encaminhada pelas unidades básicas de saúde, o programa é aberto. Qualquer cidadão pode ir ao local e pedir para se integrar aos encontros realizados duas vezes por semana, que incluem desde atividades físicas a palestras motivacionais e informativas sobre nutrição.
Ainda assim, um grupo de pessoas enfrenta maiores dificuldades para vencer a obesidade mórbida e, após muita luta e pouco sucesso contra o peso, decide-se pela cirurgia bariátrica. Atualmente 145 pessoas fazem parte do grupo que espera pela cirurgia. Com o tratamento ofertado pelo SUS do Estado, só nos últimos doze meses foram registradas 25 cirurgias. Não é pouco, o processo é complexo antes e depois da cirurgia, e, levando em consideração que o Programa Obesidade existe desde 2008, cerca de 60 cirurgias foram feitas em todo esse tempo.
“A cirurgia bariátrica só é recomendada para quem tem o IMC [Índice de Massa Corpórea] que beire 35, 40, ou 50. Se o paciente escolhe a cirurgia, passa a ter todo um acompanhamento pré e pós-operatório clínico, nutricional e psicológico”, explica Maria dos Santos. A cirurgia de redução do estômago não é uma decisão fácil e o paciente precisa estar preparado e amparado.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/1″][vc_custom_heading text=”Um novo tempo” font_container=”tag:h2|text_align:left” google_fonts=”font_family:Open%20Sans%3A300%2C300italic%2Cregular%2Citalic%2C600%2C600italic%2C700%2C700italic%2C800%2C800italic|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”” parallax=”” parallax_image=””][vc_column width=”1/1″][vc_column_text]
Quando chegou aos 157 quilos, Weverton Magalhães não estava simplesmente obeso, mas tinha pressão alta, insônia, problemas respiratórios e até a mobilidade estava comprometida. “Eu precisava recuperar a saúde que estava sendo perdida”, conta. Assumir uma atitude de mudança foi essencial e, com o Programa Obesidade, apresentado por um amigo, viu uma oportunidade de transformar sua vida.
Weverton optou pela cirurgia, realizada dia 10 de dezembro. O processo cirúrgico é consideravelmente rápido, raramente passa de duas horas. O tempo de internação também, apenas três ou quatro dias, mas hoje, mesmo oito meses depois, o respaldo é intenso. “Primeiro é uma vez por semana, depois quinzenal, aí de mês em mês, e agora de três em três meses. Não para”, conta Weverton, que ainda tem acompanhamento do cirurgião, de endocrinologista, de nutricionista e psicólogo.
Hoje o jovem de 26 anos pesa 90 quilos. “A vaidade e autoestima melhoraram. Eu sinto uma diferença muito grande. Pude realizar o sonho de jogar bola, consigo passar mais de uma hora na academia. Meu guarda-roupa foi todo mudado. Não fazia nada antes, vivia só parado em casa. Tudo mudou. Eu não acreditava que o SUS daria suporte com essa qualidade, com esse nível de profissionais”.
Weverton ainda frequenta reuniões do programa, dá seu depoimento e encoraja pessoas a tomarem a decisão necessária, além de sonhar com a volta à faculdade de Medicina, que cursava na Bolívia.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”” parallax=”” parallax_image=””][vc_column width=”1/1″][vc_single_image image=”183558″ alignment=”center” border_color=”grey” img_link_large=”” img_link_target=”_self” img_size=”large”][vc_custom_heading text=”Ser ajudada para ajudar” font_container=”tag:h2|text_align:left” google_fonts=”font_family:Open%20Sans%3A300%2C300italic%2Cregular%2Citalic%2C600%2C600italic%2C700%2C700italic%2C800%2C800italic|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”” parallax=”” parallax_image=””][vc_column width=”1/1″][vc_column_text]
“Quando subi na balança e vi 130 quilos, disse pra mim: ‘Eu tenho que fazer alguma coisa.’ Nunca pensei em fazer uma cirurgia, o que levou foram os agravamentos. Tive hipertensão, uma artrose no joelho. Eu precisava”, desabafa a enfermeira Edivancleia do Nascimento, que chegou aos impressionantes 51 de IMC.
Edivancleia ainda admite: “A recomendação dos médicos era que eu perdesse peso, mas não conseguia. Sou enfermeira e trabalhava à noite, então era sanduíche, pizza, muito carboidrato. Enfartei aos 23 anos”. Trabalhar o aspecto psicológico para se preparar para a cirurgia foi o maior desafio, mas, com o apoio da família, ela se sentiu amparada para a decisão.
A cirurgia foi realizada em janeiro e, sete meses depois, o desafio de Edivancleia não parou. Contraiu duas dengues sucessivas, e a recuperação ficou comprometida. Só recentemente conseguiu voltar a se alimentar de comida sólida e ainda tem dificuldades de se adaptar novamente à carne vermelha. Ainda assim, com 46 quilos a menos, diz que se sente outra pessoa: “Estou ganhando resistência, estou liberada pra fazer academia, a minha vida é outra”.
Hoje, Edivancleia saiu dos calóricos plantões noturnos e, como profissional, passou a fazer parte do Programa Obesidade, que tanto a acolheu. “Quando eu falo pros pacientes que já fui obesa como eles, muitos não acreditam. Fico feliz de poder dar a eles meu testemunho. Mas é necessário se cuidar pra não precisar chegar à cirurgia, que é sempre o último recurso”, avalia.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]