Em julho de 2021, a notícia da existência de casos de monilíase no Acre, doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, gerou preocupação em autoridades estaduais e federais. Ataques a pomares de cacau e cupuaçu, identificados na área urbana de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, foram os primeiros focos da doença vegetal registrados no Brasil.
O governo do Estado, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), realiza desde então ações de erradicação da doença em propriedades no interior do estado.
Após um ano de intenso trabalho, os resultados já podem ser observados, por exemplo, em Mâncio Lima. Nesta semana, o coordenador das ações de erradicação da monilíase no Idaf, Igor Figueiredo, visitou uma propriedade.
“Conseguimos perceber que nossos esforços deram certo; inicialmente realizamos uma poda drástica e após um ano vemos os resultados; a produção estava comprometida aqui nesta propriedade. Em parceria com o Ministério da Agricultura e outras agências, conseguimos fazer rebrotar as plantas, que darão frutos na próxima safra”, relatou o coordenador.
Para o produtor rural Raimundo Nonato Carneiro, a colheita era menor por conta da doença. “Os frutos ficavam manchados e não prestavam para o consumo, mas eu não sabia que isso era uma doença até a vinda da equipe do Idaf; depois que eles vieram e me ensinaram tudo, agora a gente consegue ter um controle”, explicou.
É importante salientar que o fungo causador da doença é facilmente dispersado pelo vento, dificultando o serviço de controle. Além desse fator, há a desinformação da população, que, sem saber dos riscos, leva frutos doentes para outros municípios.
O governo também viabilizará, nos próximos dias, um treinamento, destinado a produtores rurais, com técnicos que estão vindo do Pará para auxiliar na condução das plantas rebrotadas, assim como, na produção de produtos e subprodutos que podem ser feitos a partir do cacau e cupuaçu, como geleias, doces, chocolate e outros.