O portal da Associação O Eco, organização não governamental (ONG) brasileira dedicada à cobertura de pautas sobre o meio ambiente, destaca a participação do Acre na luta contra o desmatamento da Amazônia. A publicação resgata o estudo “Fatos Florestais da Amazônia”, de 2010, realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), cuja atuação é independente do governo.
Os dados apontam que o estado permanece com 87% de cobertura florestal, atrás apenas do Amazonas (88,2%). Em 2013, o desmatamento cresceu 28%, mesmo que a área total derrubada seja, proporcionalmente, a segunda menor desde que os números começaram a ser divulgados, em 1988 – ano em que Chico Mendes foi assassinado por defender o desenvolvimento econômico aliado à conservação dos recursos naturais.
Acre, Amapá e Tocantins foram os únicos que registraram queda nas taxas de, respectivamente, 34,75%, 59,25% e 16,66%.
Floresta preservada
Hoje, reservas extrativistas, terras indígenas, parques de conservação e estações ecológicas, entre demais áreas protegidas, formam quase metade do território acreano (49%). Segundo órgãos nacionais e internacionais independentes, o Estado possui uma das estratégias públicas favoráveis ao convívio do homem na floresta mais avançadas do mundo, como a lei do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa).
Essas políticas buscam promover o uso adequado dos recursos naturais e do território acreano – baseado em técnicas sustentáveis de produção, recuperação e regularização ambiental –, além de contribuir para a adaptação às mudanças climáticas e a consequente redução de emissões de gases de efeito estufa, utilizando o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) como referência.
Antes de estruturar o Sisa para aprovação na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o governo recebeu apoio de setores da sociedade representados pelos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, além de instituições brasileiras e internacionais: WWF, Ipam, IUCN, Amigos da Terra, GTZ, KfW, CPWH, EDF, FGV, Forest Trends, The Woods Hole Researh Center, GeoConsult, BioFílica, UFMG e Embrapa.
Desde 2010, o Estado recebe financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e do Banco Mundial para práticas de preservação da floresta. Em dezembro, o banco alemão KfW anunciou a entrega de um prêmio de R$ 43 milhões, por conta do programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD).