Representantes do Governo do Estado e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) visitaram nesta terça-feira, 4, o município de Assis Brasil para buscar soluções para os problemas alfandegários da região do Alto Acre, principalmente aqueles que tratam das exportações entre Brasil e Peru.
A comitiva foi liderada pelo governador em exercício, Major Rocha, acompanhado do secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, e o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Geraldo Moraes. A visita das autoridades ao estado é parte do desdobramento de um encontro do Major Rocha com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pedindo celeridade na resolução dos problemas da região.
“Nós temos uma deficiência muito grande nas tratativas com o Peru para estabelecer um comércio bilateral. Ano passado, deixamos de exportar em torno de 15 mil toneladas de milho porque o Mapa não consegue atender todos os dias aqui em Assis Brasil e nós fizemos um pedido a ministra e que disponibilizasse esse serviço ininterruptamente. Acreditamos que com a visita da equipe do ministério sairá a certeza de que necessitamos desse atendimento. O Acre precisa desenvolver e exportar e a presença do Mapa é fundamental para que isso aconteça”, conta o governador em exercício.
Em Assis Brasil, a comitiva teve uma reunião com produtores e empresários locais, além da presença do prefeito Antônio Barbosa, o Zum, o superintendente do Mapa no Acre, Fernando Bortoloso, e o presidente da Federação da Indústria do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro, onde deram ciência do cenário de fronteira para os representantes do Mapa. Também foi realizado um encontro na cidade peruana de Iñapari, com a presença do governador de Madre de Dios, Luis Hidalgo Onimura, e o presidente da Câmara de Comércio Exterior, Fred Inti, onde também foram debatidas maneiras de otimizar o comércio na região.
Para José Guilherme Leal, esse é o momento de unir forças para garantir certificações e controles, dando fluxo rápido na região e retirando burocracias desnecessárias.
“Sabemos que o Governo do Acre tem feito uma gestão muito forte junto ao Mapa para que seja melhorada a estrutura aqui visando dar mais fluxo no comércio. Então estamos vindo aqui hoje para entender os problemas e dar uma condição melhor de trabalho e funcionamento para facilitar tanto a importação quanto exportação, o que vai melhorar o trânsito, além de um trabalho forte com o governo peruano para ampliar o número de produtos habilitados nesse comércio”, destaca o secretário de Defesa Agropecuária.
A expectativa agora é que o ministério autorize em breve que todos os processos alfandegários de mercadorias possam ser resolvidos no posto em Brasileia – já que há apenas um fiscal do Mapa para toda a região – enquanto as obras do posto em Assis Brasil não são concluídas e outros profissionais possam atuar.
Estruturas e fortalecimento
Além das visitas ao posto de Brasileia para entender o trabalho das equipes na fronteira com a Bolívia e ao posto de Assis Brasil que está em reforma na fronteira com o Peru, também foi realizada uma visita da comitiva ao posto recém-reformado do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf).
O Mapa e o governo do Acre tem um forte compromisso para que o estado consiga este ano se firmar como zona livre de aftosa sem vacinação e a reforma dos postos de atendimento do Idaf faz parte desse projeto, resultado de uma importante parceria com o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (Fundepec).
O secretário de Produção e Agronegócio (Sepa), Edivan Azevedo, comemora a agenda positiva do Mapa em pontos que vão beneficiar tanto o Alto Acre no comércio, quanto todo o Acre na pauta bovina.
“Esse foi um encontro importante, pois é a oportunidade que eles têm de ver a realidade do estado, as dificuldades que nossos empresários têm para desembaraçar cargas de produtos agropecuários para exportação e que a curto prazo precisamos de medidas urgentes como trazer o alfandegamento para Brasileia, além de avançarmos com todo o trabalho de fortalecimento do agronegócio visando a retirada da vacina contra febre aftosa”, destaca o secretário.