Como parte dos eventos paralelos da Conferência das Nações Unidades sobre Mudanças Climáticas (COP 21), a Força-Tarefa dos Governadores para a Conservação do Clima e Florestas (GCF) realizou, em Paris, o encontro sobre inovação subnacional para o clima e florestas.
Dos 29 estados e províncias membros do GCF, o Acre tem posição de destaque. “É um modelo a ser seguido”, destacou William Boyd, líder do projeto GCF.
A noite celebrava os casos de sucesso e as ações que estão sendo desenvolvidas pelos membros do GCF no combate às mudanças climáticas e construção de modelos de desenvolvimento sustentável.
As experiências inovadoras demonstram que a redução do desmatamento pode ser aliada a uma economia com desenvolvimento econômico de baixas emissões.
Organizações internacionais como a Earth Innovation Institute, Environmental Defense Fund, USAID e Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) foram parceiras no evento.
Na abertura da programação, o painel “Caminhos e Estratégias para Proteger as Florestas e Construir Economias smSustentáveis” teve a participação de quatro governadores brasileiros.
Além do governador Tião Viana, Pedro Taques, do Mato Grosso, José Melo, do Amazonas, e Marcelo Miranda, do Tocantins, apresentaram as contribuições que seus estados podem dar à nova agenda econômica que pode surgir após o encerramento da COP 21.
“Temos a preocupação de conservar nossa floresta, aumentar a produção, usando áreas já abertas, e também fazer a inclusão social do pequeno produtor, para que trabalhe de forma sustentável e tenha uma boa renda”, explicou o governador do Mato Grosso, Pedro Taques.
Associar a conservação com o desenvolvimento econômico e sustentável das populações tradicionais é um desafio. Mas, graças às políticas públicas implementadas ao longo dos últimos 20 anos, o Acre tem ocupado papel relevante nas discussões mundiais.
“Vivemos em uma região que tem determinação histórica, com princípios e valores civilizatórios. Temos o compromisso e valor ético de conservar e desenvolver a região”, destacou o governador Tião Viana.
Ainda durante a sua participação, o governador do Acre apresentou a necessidade de recursos tecnológicos para a produção na Amazônia.
A industrialização com base sustentável, o manejo das águas, a criação de abelhas e design de alta tecnologia foram alguns dos exemplos de projetos desenvolvidos no Acre que asseguram que as visões de desenvolvimento e de conservação não sejam antagônicas.
“Nos últimos 20 anos, a renda dos acreanos quadruplicou, e o desmatamento diminui em torno de 62%”, completou Tião Viana.
Declaração de Rio Branco – compromisso dos estados membros do GCF
O GCF trabalha para proteger as florestas tropicais, reduzir emissões do desmatamento e degradação florestal e promover caminhos realistas para um desenvolvimento rural que mantenha as florestas em pé.
A proposta é construir programas jurisdicionais robustos de proteção das florestas e do clima. Um importante compromisso foi firmado entre os membros do GCF, e teve o Acre como protagonista.
A assinatura da Declaração de Rio Branco, no ano passado, por 14 governadores de várias partes do mundo, selou o compromisso de reduzir o desmatamento em 80%, até 2020, com financiamento baseado em desempenho vindo da comunidade internacional.
De acordo com uma análise recente, feita pelo Earth Innovation Institute, se os estados e províncias do GCF reduzirem o desmatamento em 80% até 2020, isso irá resultar em 3,8 bilhões de toneladas de emissões de CO2 evitadas, além das 3 bilhões de toneladas de emissões que já foram evitadas por essas jurisdições.