O décimo transplante de rim deste ano foi realizado na madrugada desta terça-feira, 23, no centro cirúrgico do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco. A família da doadora de 53 anos, vítima de acidente vascular cerebral (AVC), doou os rins, mas, por questões de compatibilidade, apenas um ficou no Estado – o outro foi disponibilizado à Central Nacional de Transplantes, que enviou para um receptor compatível de São Paulo.
Edivilson da Silva, 49, adquiriu insuficiência renal após um derrame, ocasionado pela pressão alta. Nos últimos dois anos, Silva se submetia a hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por dia. “Minha vida mudou completamente, a rotina mudou, meus amigos mudaram, apenas a minha família permaneceu a mesma, ela é a minha base, meu suporte”, contou.
Para o paciente, o transplante é sinônimo de vida nova. “É uma alegria inexplicável. A sensação de que viverei sem a hemodiálise é reconfortante. O que mais quero é sair daqui para cuidar da minha família, ser um exemplo para os meus filhos.”
Este é o 71º transplante de rim realizado no Acre, entre doações de pacientes vivos e mortos. Para a coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO/Acre), Regiane Ferrari, a comunidade vem apresentando um entendimento maior sobre as questões da doação de órgãos e tecidos, por isso o número de transplantes no Estado tem aumentado. No entanto, a doação no Brasil poderia estar melhor.
“Esperamos que a comunidade entenda que ela é a maior parceira para os transplantes, porque transplantes não se fazem apenas com aparato hospitalar, médicos, o transplante se faz em conjunto direto com a sociedade”, ressaltou a coordenadora.