Uma revisão do desmatamento na Amazônia, feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para o período entre 2014 e 2015, apontou que o Acre reduziu em 15% as taxas de desmatamento nesse período entre os estados pertencentes à Amazônia Legal. Numa avaliação mais profunda do INPE, entre 2004 e 2015, é possível registrar uma redução drástica de 64% para os últimos dez anos.
A variação relativa, expressa na tabela gráfica do INPE, aponta que o Acre reduziu de 309 km² para 264 km² em área desmatada. Em 2004, a extensão de desmatamento apontava 728 km², segundo o mapeamento do órgão, que é subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC).
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus, disse que o Acre tem muito a comemorar pelo expressivo resultado, uma vez que se tornou referência mundial nas políticas de uso sustentável de seus recursos naturais.
“Reduzir em 15% o desmatamento de 2015 em relação a 2014, e em 64% em 10 anos, é indicativo de que nossa política de conservação e uso sustentável dos nossos recursos naturais vem dando resultado. Estamos protegendo 87% das nossas florestas”, destacou de o gestor.
Ainda segundo ele, o fato de, nos 13% de áreas abertas, o governo apoiar um amplo programa de produção sustentável junto às populações da floresta, como a piscicultura, o plantio de fruteiras e a criação de pequenos animais, tem sido de grande valia.
Dados gerais na Amazônia Legal
Apesar de o resultado ser positivo para o Acre, os dados gerais dos demais estados que compõem a Amazônia Legal não foram tão exitosos, já que o desmatamento entre 2014 e 2015 mostrou que o corte raso nas florestas da região alcançou 6.207 km², ou seja, uma extensão 6,45% maior que os 5.831 km² divulgados no fim do ano passado.
A segunda má notícia é que ela reajusta também de 16% para 24% o aumento da devastação na Amazônia em comparação com o período anterior, de 2013 a 2014, que foi de 5.012 km².
A nota técnica emitida pelo INPE considerou 214 imagens do satélite Landsat 8, ao passo que anteriormente foram analisadas 96 imagens. Além do maior número de imagens, outra novidade foi o uso do satélite sino-brasileiro CBERS-4, mais moderno. As imagens detectam desmatamentos de áreas com mais de 6,25 hectares.
Além do Acre, somente Maranhão, Amapá e Tocantins conseguiram reduzir as taxas de desmatamento. Os estados campeões da derrubada da floresta de 2014 a 2015 são Pará (2.153 km²), Mato Grosso (1.601 km²) e Rondônia (1.030 km²).