O Acre se prepara para fazer parte da agenda da Amazônia Legal durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-23), que teve início nesta segunda-feira, 6, em Bonn, na Alemanha.
Junto com os outros estados da região, o Acre protagonizará o evento Amazon-Bonn, que apresentará o trabalho de desenvolvimento sustentável da região.
A pauta foi amplamente debatida por todos os secretários de Meio Ambiente da Amazônia Legal durante o 16° Fórum de Governadores da Amazônia Legal, realizado em Rio Branco no último mês.
A COP-23 reunirá autoridades de diversos países com o objetivo de viabilizar formas de promover os objetivos do Acordo de Paris e alcançar progressos em sua implementação.
O encontro é presidido pela República das Ilhas Fiji e organizado pela Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática [UNFCCC, na sigla em inglês], em parceria com o governo alemão.
“Em bloco, os estados da Amazônia estão levando uma mensagem para o mundo. Na COP 23, em Bonn, vão estar reunidos mais de 200 países. A mensagem é: precisamos proteger nossos recursos naturais, nossas florestas e nossos rios. Mas não podemos deixar de desenvolver ao mesmo tempo, e por isso levamos propostas de ações com base sustentável”, explica o secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus.
Símbolo de reconhecimento
Com reconhecimento nacional e internacional por suas políticas de preservação ambiental, o Acre se destaca dentre os participantes do Amazon-Bonn ao manter uma constante redução do desmatamento nos últimos anos.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a redução no desmatamento foi de 34% entre agosto de 2016 e julho de 2017.
Essa redução sinaliza que é possível desenvolver sem avançar sobre a floresta. Exemplo disso é o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do Acre. Em 202, o PIB do acre era de R$ 2,9 bilhões, e em 2014 o número saltou para R$13,4 bilhões.
O estado tem sido convidado a participar de agendas semelhantes (na Colômbia e Indonésia mais recentemente) devido ao seu pioneirismo na política de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal com Benefícios Socioambientais (REDD+), sendo o primeiro governo subnacional a receber compensação por resultados na redução de emissões de carbono.
Nos Estados Unidos, a Califórnia e o Colorado também reconhecem o modelo de desenvolvimento do Acre como inovador e atualizado com as agendas contemporâneas de desenvolvimento econômico, social e ambiental, conforme preconizam os marcos globais para economia verde definidos na Rio + 20 e o Acordo de Paris, firmado na COP-21, na capital francesa.
Durante sua participação no 16° Fórum de Governadores da Amazônia Legal, o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Everton Luceno, falou sobre esse protagonismo acreano.
“O estado do Acre tem se destacado no cenário nacional, e mesmo internacional, pelo avanço que tem no seu zoneamento econômico e ecológico, na sua legislação e, sobretudo, uma característica muito importante, que é o controle social, a participação de comunidades de base, de extrativistas e produtores, que acompanham e estão muito bem informados com cada iniciativa”, disse.
Luceno completou ainda: “Isso acho que é o mais importante para garantir a sustentabilidade, que é a sociedade se apropriando dessa agenda e tomando para si essa agenda de conversar e incluir”.