O setor produtivo acreano conseguiu mais uma importante vitória na consolidação de sua economia rural. Na quinta-feira, 18, a Organização Mundial de Saúde Animal anunciou que o Acre é um dos 13 estados brasileiros que estão a um passo de receber o certificado de zona livre da peste suína clássica.
No país, apenas Rio Grande do Sul e Santa Catarina possuem o certificado, que é a garantia da sanidade dos animais e abre portas para a comercialização dos produtores de origem suína no Brasil e no mundo.
Mamed Dankar, diretor-presidente do Idaf, lembrou dos investimentos que o governo do Estado tem feito ao longo dos últimos anos para obter o reconhecimento internacional. “A peste suína é um vírus que prejudica a criação e pode levar os animais à morte. Ela está presente em vários continentes e países importantes. Nesses locais, a produção fica limitada, e os criadores de suínos, impedidos de comercializar nos principais mercados do mundo”, destaca.
O reconhecimento internacional da peste suína clássica tem a mesma representatividade do que aconteceu no rebanho bovino com o certificado de zona livre de aftosa, que já chega em 2016 ao seu 11º ano.
“É a mesma coisa. Esse reconhecimento é a chancela que precisamos, em nível internacional, para poder alcançar o avanço que pretendemos na nossa produção e abrir novos mercados para a produção”, afirma Dankar.
O governo do Acre cumpriu, em 2015, algumas exigências que fizeram com que a OIE acatasse o pedido do estado em ser reconhecido como zona livre da peste suína, como a criação da primeira associação dos criadores de suínos e a capacitação dos veterinários do Idaf.
O estado deve receber o certificado no mês de maio, durante a sessão geral da OIE, em Paris.
Certificação consolida cadeia da suinocultura
No terceiro mês de operação do Complexo Industrial de Suinocultura Dom Porquito S.A., em Brasileia, a notícia vem para confirmar as projeções feitas pelo governo acerca dessa cadeia produtiva.
Resultado da parceria público-privado-comunitária, o projeto que envolve famílias do Alto Acre se revela como um dos caminhos para a independência econômica da região.
Com viabilidade para tornar-se uma das maiores fontes de receitas para o Estado, o frigorífico Dom Porquito promete estabelecer o Acre na rota da exportação. Isso porque, com a Estrada do Pacífico, também conhecida como Rodovia Interoceânica, Brasileia passou a ser a cidade mais bem posicionada (ocidentalmente) do Brasil, a mais próxima dos países andinos.
Ter a sanidade do rebanho reconhecida mundialmente representa uma conquista para o Acre como exportador da proteína animal.