Álvaro Melo, o “Curu”, como é mais conhecido, nasceu em junho de 1952, mas é no dia 1º de outubro que ele vai comemorar o aniversário de 21 anos de vida. Foi quando fez um transplante de fígado, em uma época em que não existia essa possibilidade no Acre e os recursos médicos eram mínimos.
Vencendo os desafios, inclusive de ultrapassar o tempo médio de vida depois de uma cirurgia de alta complexidade, como um transplante de fígado, Curu lembra das dificuldades que enfrentou após adquirir o vírus da hepatite C, que resultou em uma cirrose avançada.
“Na década de 90, nem se acreditava ser possível fazer um transplante de fígado e estar vivo até hoje para contar a história. Naquela época, ser diagnosticado com hepatite crônica no Acre era sinônimo de morte. Não tinha muito o que se fazer, era ir para casa e esperar a morte chegar. Há 20 anos não era avô, e graças ao transplante hoje posso curtir meus netos.”
Tendo sido o primeiro paciente acreano a realizar o procedimento por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), Curu fala em gratidão e faz referência aos avanços da saúde no Acre.
“Os acreanos são abençoados por terem hoje recursos que na minha época não existiam. São profissionais de excelência, a exemplo do doutor Tércio Genzini, a equipe da Central de Transplantes, é um grande presente que o Acre ganhou. É preciso saber reconhecer, o empenho do governador Tião Viana, que também por ser médico, tem essa sensibilidade com a saúde. Hoje, mesmo não tendo feito o transplante aqui, sei que posso contar com o apoio dessa equipe”, ressalta Curu.
Álvaro Curu soma-se aos mais de 600 pacientes acreanos que já passaram por transplantes, desde a criação da Central de Transplantes, além dos demais que receberam novos órgãos por meio do TFD, que contam com uma história de sucesso, com suporte e apoio de uma medicina avançada no estado, cujos investimentos na área de saúde não param.
Equipe eficiente
“É inegável os avanços que a saúde no Acre teve nos últimos anos, em especial os transplantes que é uma área de alta complexidade. É um avanço muito grande o Acre ser o único estado da Região Norte com programa de fígado ativo. No primeiro trimestre, nós ficamos em segundo lugar em PMP – por milhão de população, em número de fígados no Brasil. Então temos sim, muito que comemorar, e agradecer a todos os profissionais, e as famílias doadoras, embora tenhamos que melhorar o número de doação no Acre”, ressalta a coordenadora da Central de Transplantes do Acre, Regiane Ferrari.
Em alusão ao “Setembro Verde”, mês de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, os servidores do Hospital das Clínicas, juntamente com os profissionais da Central de Transplantes vestiram, literalmente, a camisa em prol da campanha.
“Nós temos uma equipe multiprofissional, que vem trabalhando ao longo de alguns anos para conseguir o máximo de doações possíveis. Temos doador em potencial, o que muitas vezes não temos é o aval das famílias. E as equipes vêm fazendo um trabalho brilhante em termos de conquista. Os números estão aí para mostrar o que conseguimos nos últimos anos, uma elevação no número de doações e transplantes, sendo que em muitos casos esses órgãos não vão para fora, beneficiando os acreanos”, pontua a superintendente do Hospital das Clínicas, Juliana Quintero.